
Em 2024, o rover da NASA, Perseverance, coletou uma amostra de rocha incomum. A rocha, batizada de Sapphire Canyon, apresenta manchas brancas com bordas pretas em um arenito vermelho e pode conter indícios sobre as fontes de moléculas orgânicas em Marte.
No nosso planeta, na revista Review of Scientific Instruments, publicada pela AIP Publishing, pesquisadores do Jet Propulsion Laboratory e do California Institute of Technology utilizaram uma técnica chamada espectroscopia infravermelha fototérmica óptica (O-PTIR) para analisar uma rocha similar visualmente. O objetivo era verificar se a O-PTIR poderia ser aplicada à amostra de Sapphire Canyon quando ela fosse finalmente trazida para estudo aqui na Terra.
A O-PTIR emprega dois lasers para examinar um material: o primeiro aquece a amostra e provoca pequenas vibrações térmicas em sua superfície, proporcionais ao comprimento de onda do laser, enquanto o segundo mede a intensidade dessas alterações. Juntas, essas informações geram a impressão química única do material.
Os pesquisadores experimentaram a O-PTIR em uma rocha basáltica com inclusões escuras de tamanho semelhante à amostra de Sapphire Canyon — que, em contraste com o sofisticado processo de seleção de amostras do Perseverance, foi descoberta acidentalmente pelo autor Nicholas Heinz.
“Eu estava fazendo uma trilha no Arizona, em Sedona, quando vi essa rocha que simplesmente não parecia pertencer ao local,” comentou. “Coloquei-a na minha mochila e a trouxe de volta para examinar.”
O objetivo era verificar se a O-PTIR poderia distinguir entre o material principal da rocha e suas inclusões escuras, e os resultados mostraram que a técnica foi extremamente eficaz devido à sua resolução espacial aprimorada. Além disso, a O-PTIR é uma técnica rápida, com espectros sendo coletados em minutos, permitindo que os cientistas utilizem uma abordagem mais sensível para investigar áreas de interesse potencial, como regiões contendo compostos orgânicos.
“Espero que essa capacidade seja considerada para qualquer material retornado de Marte, de um asteroide ou de qualquer outra superfície planetária,” afirmou Heinz.
As capacidades de O-PTIR da equipe são exclusivas do Jet Propulsion Laboratory da NASA e já foram utilizadas em outras missões da agência — em 2024, ajudaram a confirmar a limpeza da europa Clipper, uma missão destinada a estudar uma das luas de Júpiter, antes de seu lançamento. Heinz mencionou que, agora que eles demonstraram os benefícios adicionais em aplicações relacionadas a amostras de Marte e à geologia de maneira mais ampla, estão colaborando com a equipe científica de Marte da NASA para testar microfósseis algais normalmente usados como analogias para Marte em relação aos rovers.
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