
A Agência ECCLESIA convidou o bispo auxiliar do Porto a participar em uma peregrinação até São Bento da Porta Aberta, relembrando o início de sua vocação, quando, em São Pedro de Rates, observava peregrinos atravessando a localidade enquanto compartilhava sua paixão por motociclismo.
Braga, 27 de agosto de 2025 (Ecclesia) – D. Roberto Mariz, bispo auxiliar do Porto, ressalta a relevância da peregrinação, uma necessidade que busca atender entre suas obrigações episcopais, algo que começou a crescer em sua vida desde muito jovem, em sua terra natal, São Pedro de Rates, na Póvoa de Varzim.
“Faço questão de manter essa prática. Sempre encontrará um momento, seja em épocas de menos trabalho ou até mesmo em férias, que eu possa ajustar, porque isso é algo que revitaliza minhas energias e meu ânimo. Gosto de ser peregrino, não apenas em espírito, mas fisicamente. Tenho prazer nisso e pretendo continuar, enquanto minha saúde permitir”, revelou à Agência ECCLESIA.
O bispo auxiliar do Porto valoriza profundamente o gesto de peregrinar e a chance de, ao caminhar, refletir sobre a vida diante das adversidades do percurso e como essas experiências o impactam internamente.
“Achar que a vida é só cheia de facilidades e comodismo é enganador tanto para nós mesmos quanto para a educação das pessoas. É essencial reconhecer que a vida tem suas exigências e desafios, e isso é vital para o nosso amadurecimento”, reconhece.
“Quando um peregrino parte em sua jornada, independentemente se seu objetivo é mais espiritual ou não, sempre encontra alguma forma de espiritualidade no percurso. É uma chance de confrontar sua própria existência, refletir em silêncio, entender como está, o que o alegra e o que o inquieta, buscando também um tempo de escuta. É crucial que a peregrinação seja um momento de avaliação existencial da sua vida e do seu ser”, acrescentou.
D. Roberto Mariz vê o caminho como “uma lição de humildade”.
“O cansaço nos confronta com a realidade de que não somos todos poderosos. Acreditar que temos controle absoluto, mesmo com todas as facilidades tecnológicas à nossa disposição, não nos torna deuses. Nossas limitações não são um fardo; pelo contrário, elas enriquecem nossa condição humana”, explica.
D. Roberto Mariz, oriundo de São Pedro de Rates, um local de passagem para muitos peregrinos rumo a Santiago de Compostela e outros santuários, recorda que esse ambiente o fez questionar sobre as motivações do caminho desde jovem.
Ao ser perguntado sobre seu futuro na infância, o bispo auxiliar do Porto lembra que desde cedo manifestou seu desejo de ser sacerdote – “as brincadeiras de celebrar missas também eram frequentes” – e aos dez anos ingressou no seminário de Braga, embora exemplos de sua terra no Mosteiro de São Bento de Singeverga, ligados à Ordem Beneditina, também influenciassem sua decisão.
Essa vocação, que começou na infância, o levou ao seminário, mas foi aos 22 anos, durante o quarto ano de Teologia, que ele realmente reconheceu ser esse o seu caminho.
“Era tímido e sentia que isso poderia me restringir, então orava ao Senhor, pedindo que se fosse essa a minha vocação, que eu pudesse superar esse impedimento e encontrar a alegria da proximidade. Aos 22 anos tomei a decisão, porque percebi que me realizaria nessa escolha de vida, amadureci de forma fundamental e nunca mais tive dúvidas”, recorda.
O trajeto de D. Roberto Mariz o levou, posteriormente, a retornar à universidade para estudar sociologia e desenvolver um doutorado sobre o aspecto social da religião e as motivações por trás das instituições sociocritivas católicas.
“Este espaço de encontro, até mesmo numa universidade, foi onde encontrei pessoas que podem não compartilhar da mesma crença, ou que são comprometidas com a fé, mas consegui estabelecer diálogos extremamente interessantes sobre as causas sociais e entender a contribuição positiva na construção da sociedade, que vai além do âmbito eclesiástico, mas emerge de diversas fontes”, sublinha.
Nesse bate-papo com D. Roberto Mariz, também tivemos a oportunidade de conhecer seu amor por motos e a liberdade que ele descobriu quando experimentou a moto 125 de seu pai.
O programa 70×7 desafiou o bispo auxiliar do Porto a peregrinar até o Santuário de São Bento da Porta Aberta, numa reportagem que será exibida na RTP2, além de ser ouvida no programa desta noite na Antena 1, também disponível posteriormente no podcast «Alarga a tua tenda».
HM/LS
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