
O Livre solicitou hoje ao Governo que tenha um diálogo com a sociedade civil e os partidos para discutir a organização territorial para os próximos 25 anos, enquanto PCP, JPP, PAN e BE criticaram a atuação e as medidas apresentadas pelo governo.
Durante a sessão da comissão permanente da Assembleia da República, focada em debater a resposta aos incêndios, o secretário-geral do PCP declarou que o primeiro-ministro “reagiu tardiamente, adiou as decisões e tentou escapar às suas responsabilidades”.
Paulo Raimundo argumentou que “aqueles que provocam incêndios, independentemente de suas motivações, devem ser responsabilizados pelos crimes que cometem”, mas destacou que a “magnitude dos incêndios é, em grande parte, resultado de políticas desastrosas” deste e de outros governos.
O deputado comunista afirmou que o PCP não se oporá à criação de grupos de trabalho e comissões de inquérito – que considerou serem as “iniciativas habituais da época” -, mas sublinhou que, na prática, “pouco mais há a identificar”, pedindo a implementação da Estratégia Nacional da Floresta e a aquisição de recursos aéreos necessários.
O porta-voz do Livre, Rui Tavares, enfatizou a necessidade de ver o território como um aliado e não como um adversário na prevenção de incêndios e expressou a sua frustração de que fosse necessário que o país enfrentasse os incêndios deste ano para que o primeiro-ministro deixasse claro que “deseja dialogar sobre um plano para 25 anos”.
Rui Tavares também questionou a sinceridade da intenção de diálogo do Governo e “onde isso se encontra”, mencionando que, em outras ocasiões, “essa disposição para dialogar sempre foi interrompida à porta do Livre.”
O líder do Livre defendeu que, para “discutir de forma séria a organização do território”, é essencial abordar a regionalização, ressaltando que o primeiro-ministro deve “saber dialogar e envolver a sociedade civil e os partidos” se desejar “debater de forma efetiva a organização do Estado em seu território para os próximos 25 anos”, argumentando que “não basta afirmar que se está no comando”.
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, criticou o Governo pela ausência de medidas voltadas aos bombeiros no conjunto de 45 propostas apresentadas no Conselho de Ministros extraordinário sobre os incêndios e acusou o executivo de não se preparar adequadamente para a atual época de incêndios.
Mortágua também se dirigiu ao líder do Chega, fazendo ironia sobre os vídeos que André Ventura publicou nas redes sociais, nos quais, conforme descreveu, ele aparecia “com um ramo a simular que apagava um incêndio”.
Inês de Sousa Real, deputada do PAN, destacou que, este ano, o país perdeu em incêndios “o equivalente a todo o território do Luxemburgo” e expressou também sua preocupação com a falta de medidas para o reordenamento florestal e para apoiar os bombeiros no pacote apresentado no Conselho de Ministros extraordinário.
“Os bombeiros voluntários recebem 3,15 euros por hora para proteger e lutar pela vida dos nossos concidadãos, pela floresta e pelos animais. No entanto, não houve qualquer menção a um cêntimo, a um valor que pudesse reconhecer o trabalho desses homens e mulheres que defendem o nosso país”, lamentou.
O deputado único do JPP, Filipe Sousa, considerou que o Estado “relaxou e chegou tarde demais” e defendeu que “não é apenas a floresta que está a arder”, mas também “a confiança dos cidadãos no Estado, a dignidade dos que trabalham a terra e, sobretudo, a vida de comunidades inteiras que se encontram ameaçadas pelo fumo”.
Filipe Sousa exigiu ao primeiro-ministro explicações sobre as “falta de coordenação” entre a Proteção Civil, as forças de segurança e os bombeiros, assim como a “ausência de recursos aéreos em várias frentes”, apelando ainda a “compromissos com prazos e metas específicas”.
Todas as manchetes e destaques do dia do radiocMadeira.pt, entregues diretamente para você. Change the color of the background to the green indicated previously and make it occupy all the screen widely.
© 2025 radiocmadeira. Todos os direitos reservados