O Chefe de Estado enfatizou hoje que a função do PSD na luta contra os extremismos deve ser a de “destacar a diferença da moderação”, assim como ocorre com o PS, sublinhando que será sempre mais fácil encontrar consensos na zona central.

Marcelo Rebelo de Sousa participou hoje na Universidade de Verão do PSD, uma iniciativa destinada à formação de jovens líderes que se realiza até domingo em Castelo de Vide (Portalegre). Surpreendeu a todos com a sua presença física, quando a sua intervenção estava prevista por videoconferência.

Durante um painel intitulado “As Respostas do Presidente”, o líder do Estado foi questionado sobre o papel que o PSD deve desempenhar num momento marcado pelo crescimento de forças populistas e reconheceu que os sociais-democratas têm “um desafio complexo” no espectro do centro-direita, comparando essa dificuldade à do PS no centro-esquerda.

No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa indicou uma direção: “Se não for capaz – e eu acredito que tem potencial para isso, assim como o PS – de destacar a moderação que diferencia o centro-direita da direita mais extremista, que resolva as questões dos cidadãos, torna-se bastante complicado para partidos desse tipo e isso não é encorajador para a democracia”, afirmou.

“Não é que não haja espaço democrático para todas as formações e visões políticas. Contudo, é claro que é mais simples chegar a acordos de regime, estabelecer consensos e encontrar soluções na área central se um partido de centro-direita for, de fato, um partido de centro-direita e não uma versão radical desse espectro”, declarou.

Na sua mensagem inicial, onde abordou a situação global, europeia e nacional, o Presidente da República já havia deixado um aviso.

“Este não é o período dos moderados que tradicionalmente moldavam as democracias, seja à esquerda ou à direita. Este é o tempo dos radicais que estão a modificar a arquitetura democrática, mas estamos a descobrir como será isso, com que instituições e de que forma”, alertou.