
O CEO da EDP advertiu hoje que “a transição energética não acontece sem investimento em redes” e destacou a importância de acelerar os processos de licenciamento em Portugal, sublinhando que é fundamental criar um ambiente que atraia capital e possibilite o investimento em infraestruturas.
“Portugal e Espanha viveram um período de eletrificação nas décadas de 70 e 80, e grande parte desse investimento já possui uma vida útil de aproximadamente 40 anos. Assim, é necessário proceder à substituição, modernização, digitalização e captação de capital, pois o investimento nas redes é absolutamente crucial”, declarou Miguel Stilwell d’Andrade, à margem da apresentação do novo estágio do projeto-piloto de hidrogénio na central do Ribatejo, em Alenquer, onde foi injetada a primeira molécula de hidrogénio numa turbina a gás em um ambiente industrial real.
O executivo enfatizou que, apesar dos progressos, tanto a Europa quanto Portugal ainda enfrentam uma burocracia excessiva. “Portugal já avançou significativamente, mas sempre existe espaço para melhorar. Quando comparamos com outras regiões, como os Estados Unidos e a Ásia, podemos observar que os governos têm sido bastante proativos na simplificação e agilização dos processos de licenciamento para facilitar o investimento”, comentou.
Miguel Stilwell d’Andrade ressaltou ainda que o projeto piloto do Ribatejo visa testar a injeção de hidrogénio numa turbina a gás em condições reais, e não na produção utilizando fontes de energia renovável.
“Produzimos uma quantidade significativa de energias renováveis – mais de 90% da nossa geração é já de origem renovável –, mas o foco deste projeto era confirmar a injeção na central”, esclareceu, adiantando que, futuramente, os projetos em andamento da empresa poderão evoluir para o uso de hidrogénio descarbonizado, aumentando a proporção ao longo do tempo.
“Dependendo também das condições disponíveis e da maturidade da tecnologia, vamos avançando com novas etapas”, complementou.
O evento contou ainda com a participação da ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, que anunciou novas leis para acelerar a atribuição de capacidade à rede e simplificar os licenciamentos ambientais, assegurando que Sines será uma das primeiras “zonas de aceleração” para energias renováveis.
A cerimônia de hoje também marcou a primeira produção de hidrogénio pela EDP na Europa, no âmbito do projeto europeu FLEXnCONFU, que reúne 21 parceiros de 10 países e é financiado pelo programa Horizonte Europa.
A iniciativa foi implementada na central termoelétrica a gás do Ribatejo, em Alenquer, com o objetivo de validar a aplicação prática da fusão de hidrogénio e gás natural em operação, uma área ainda pouco explorada no setor.
O projeto-piloto, desenvolvido por um consórcio internacional composto por 21 parceiros de 10 países europeus, inclui um sistema de eletrolisador de 1,25 MW, que permitirá a produção, compressão e armazenamento de hidrogénio para utilização em mistura com gás natural na turbina da central.
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