O aspirante à presidência, Luís Marques Mendes, classifica como “um exagero” a afirmação de que, se eleito, atuaria da mesma forma que Marcelo Rebelo de Sousa, defendendo que ambos possuem “estilos, comportamentos e personalidades totalmente distintas”. “Não estou a afirmar que sou superior, mas sim distinto”, acrescentou.

O postulante teceu ainda algumas críticas ao atual Presidente, começando por afirmar que não repetiria o que Marcelo disse sobre Donald Trump, comparando-o a um “ativo soviético ou russo”.

“Nunca fiz, não diria e nunca direi isso, pois considero que um indivíduo em tais funções deve ser especialmente cauteloso. Há tópicos que, mesmo que se pense, não devem ser expressos publicamente”, defendeu, salientando que não aprecia “banalizar” a linguagem nem “falar por tudo e por nada”.

O candidato a Belém criticou igualmente a presença do Presidente na Universidade de Verão do PSD, onde também participou como orador, sublinhando que um chefe de Estado “não deve se envolver, nem de forma próxima, em eventos que, direta ou indiretamente, estejam relacionados a partidos”.

“Acredito que o Presidente da República, em funções, deve ser rigorosamente imparcial e completamente distanciado dos partidos”, destacando que, se for eleito, não comparecerá em eventos relacionados a partidos.

Marques Mendes afirmou ainda que teria renovado o mandato de Joana Marques Vidal como Procuradora-Geral da República.

Quanto aos poderes do Presidente, o candidato enfatizou que deve “criar as condições para que os governos realizem o que ainda não foi concretizado”. “Um Presidente da República pode fazer ‘selfies’, eu também faço, não há problema. Mas o essencial, acima de tudo, é utilizar esse poder mediador para solucionar os problemas do cotidiano das pessoas”, sublinhou.

Marques Mendes acrescentou que o próximo Presidente deve ser alguém com bagagem política, que assegure imparcialidade, e que utilize o poder mediador para resolver as questões enfrentadas pelos cidadãos portugueses.

“Considero que, na presidência da República, é crucial ter uma pessoa com vivência política. Por quê? Porque é a função mais política em Portugal”, declarou, ao ser questionado sobre o seu concorrente Henrique Gouveia e Melo, classificando como “aconselhável escolher pessoas que não sejam um risco, nem um tiro no escuro, que possuam experiência”.

Luís Marques Mendes discursava em Peniche (distrito de Leiria), durante uma intervenção na iniciativa Campus da Liberdade 2025, promovida pelo Instituto +Liberdade. Respondendo a perguntas de diversos jovens por aproximadamente meia hora, o candidato à presidência nas próximas eleições defendeu que “experiência é sinônimo de segurança, confiança e menos incerteza”.

O ex-líder do PSD reconheceu que Gouveia e Melo “teve uma conduta exemplar no processo de vacinação”, mas “na Presidência da República, a experiência é completamente distinta, política, envolve conhecimento da Constituição e habilidade em estabelecer pontes, acordos e convergências políticas”.

“E esse meu adversário, claramente, carece dessa experiência. Possui uma trajetória militar e na vacinação, mas não possui esse tipo de vivência”, afirmou. Defendeu ainda que a escolha em janeiro de 2026 é entre “uma pessoa preparada, com bagagem e experiência para essa função” e “uma opção que pode resultar em um tiro no escuro, uma aventura ou um experimento”.

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