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Viaduto da Segunda Rotunda em Campo Grande aguarda reforço sísmico por quase três décadas.

O viaduto do Campo Grande, um dos pontos mais críticos no tráfego rodoviário de Lisboa e parte essencial da Segunda
Viaduto da Segunda Rotunda em Campo Grande aguarda reforço sísmico por quase três décadas.

O viaduto do Campo Grande, um dos pontos mais críticos no tráfego rodoviário de Lisboa e parte essencial da Segunda Circular, continua à espera de uma intervenção estrutural significativa, apesar dos avisos emitidos há quase 30 anos. Inaugurado em 1970, o viaduto nunca recebeu obras de reforço antissísmico substanciais, dependendo até agora apenas de manutenções pontuais e limitadas.

Com uma extensão de 360 metros, o viaduto da Avenida General Norton de Matos serve diariamente um volume de tráfego que ultrapassa em muito as previsões iniciais. Em 2021, mais de 110 mil veículos por dia utilizavam a estrutura, quase três vezes a capacidade para a qual foi inicialmente projetada, uma vez que o plano original previa apenas duas faixas em cada direção. Atualmente, o viaduto opera no seu limite, com três faixas em cada lado.

Apesar da sua relevância estratégica na rede viária da capital e a nível nacional, o viaduto não atende às normas atuais de resistência sísmica. “Embora as intervenções de manutenção tenham ocorrido com frequência e as exigências de desempenho tenham sido cumpridas, esta infraestrutura nunca recebeu um reforço estrutural significativo, nem intervenção antissísmica, e atualmente está sendo usada em sua capacidade máxima”, conforme o programa preliminar do projeto elaborado pela Câmara Municipal de Lisboa em 2020.

A primeira advertência surgiu em 1998
Os riscos associados à fragilidade estrutural do viaduto foram identificados no final da década de 90. Em 1998, um relatório do Instituto de Engenharia de Estruturas, Território e Construção (ICIST) do Instituto Superior Técnico, encomendado pela antiga Proteção Civil, concluiu que era urgente realizar reparos de “patologias estruturais que apresentam um grau de gravidade considerável”.

Entre os problemas identificados, destacavam-se fissuras no pavimento, vigas danificadas devido a impactos de veículos e, principalmente, deficiências na conexão dos pilares às fundações, críticas para a resiliência da estrutura em caso de sismo. O documento alertava que “o comportamento deste viaduto em situações sísmicas é bastante deficitário, podendo resultar no colapso da plataforma se os pilares se desconectarem das fundações nesse ponto”.

O relatório também recomendava inspeções adicionais, a inserção de juntas específicas para diminuir tensões e a elaboração de um projeto de reforço antissísmico para garantir a segurança do viaduto. Porém, quase trinta anos depois, essas recomendações ainda não foram implementadas.

Relatórios subsequentes confirmaram a precariedade
Em 2010 e 2018, novas inspeções reiteraram a urgência de intervenções. O último relatório relevante, datado de novembro de 2018, afirmava que a infraestrutura estava “em geral, em mau estado de conservação”. Foi identificada uma fissura horizontal de 3,5 milímetros em um dos pontos críticos da estrutura, essencial para a resistência sísmica do viaduto, levando à recomendação de estudos técnicos adicionais.

Apesar da gravidade desses alertas, as únicas obras significativas realizadas nos últimos anos foram a repavimentação da Segunda Circular, entre setembro de 2020 e março de 2021, as quais não englobaram o reforço dos elementos estruturais mais críticos.

A Câmara de Lisboa anunciou que, apenas no próximo ano, deverá abrir um concurso público para a adjudicação da obra de reforço estrutural e antissísmico do viaduto. O projeto de execução foi adjudicado em junho, e sua conclusão é prevista para o final deste ano.

Ao ser questionado sobre os custos, prazos e impacto no tráfego, o município preferiu não divulgar detalhes por enquanto. “Como as características técnicas da empreitada, os prazos de obra, o valor estimado e o plano de condicionamento do trânsito/medidas de mitigação resultam da elaboração do projeto de execução, só poderemos fornecer essas informações após a conclusão dos projetos, prevista para o final deste ano”, respondeu a autarquia ao jornal Público.

A futura obra acarretará interrupções na circulação, mas será considerada fundamental para assegurar a resiliência sísmica de uma infraestrutura que já ultrapassou sua vida útil projetada e cuja importância na mobilidade urbana torna necessária uma intervenção de grande envergadura.

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