A responsável pela Iniciativa Liberal (IL), Mariana Leitão, frisou neste domingo que é “precipitado tirar conclusões definitivas” sobre o incidente do elevador da Glória, em Lisboa, sublinhando que essa cautela não está relacionada com a proximidade das eleições autárquicas.
“Julgo que é sensato aguardarmos os resultados das investigações e perícias para termos clareza sobre o que realmente aconteceu, identificando as causas para evitar futuras tragédias. As investigações precisam chegar a resultados conclusivos. No relatório preliminar que já examinei, notei alguns detalhes, mas ainda não são suficientes para que se possam formular conclusões objetivas, e o próprio documento reflete isso”, comentou Mariana Leitão.
Diferentemente do liberal João Cotrim de Figueiredo, eurodeputado e aspirante a Presidente, que atribuiu responsabilidades a Filipe Anacoreta Correia, Mariana Leitão afirmou que ainda é cedo para apontar culpados, evitando ligar essa observação à iminência das eleições autárquicas (nas quais a IL se apresentará na Câmara de Lisboa em coligação com o PSD e o CDS-PP): “Isto está diretamente relacionado ao fato de ainda não sabermos o que causou o acidente, e quais decisões políticas poderiam ter influenciado ou não este ocorrido”. Anacoreta Correia, vice-presidente da câmara que assumiu responsabilidade nesta questão, está de saída do Executivo.
Investigações sobre as causas do acidente revelam novas informações.
Em Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, onde participou neste domingo de uma caminhada de cinco quilômetros promovida pelos núcleos da IL do Vale do Ave, Mariana Leitão reprovou qualquer “utilização política” do acidente do elevador da Glória que descarrilou na quarta-feira, resultando em 16 mortes e mais de 20 feridos. “Devemos agir com sensatez nestas questões, esperar pelas conclusões das investigações e, então, tirar conclusões, adotar posições e, naturalmente, exigir responsabilidades de quem de direito”, enfatizou.
Questionada sobre as declarações do ex-líder do PS, Pedro Nuno Santos, que no sábado solicitou a demissão do atual presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, a líder da IL reiterou que o momento atual exige “reflexão, solidariedade e cautela”. “Os fatos atuais não são suficientes, não temos clareza sobre o que causou o acidente, tampouco sabemos que fatores podem ter levado a essa situação, seja em termos de decisões políticas, técnicas, de manutenção, entre outros, e, portanto, precisamos aguardar”, declarou.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) divulgou, no sábado, em um relatório, que o cabo que conectava as duas cabines do elevador da Glória “falhou no seu ponto de fixação” da carruagem que descarrilou.
Mariana Leitão comentou neste domingo aos jornalistas que já leu o relatório, embora “não na sua totalidade”, reconhecendo, no entanto, que se trata de um “relatório preliminar que não permite tirar conclusões definitivas”. “E o relatório mesmo reforça isso”, observou, reafirmando que as investigações “precisam do tempo necessário” e “todos devem respeitar esse processo”.
“Nós preferimos trabalhar com fatos, dados concretos e informações sólidas. Neste momento, não dispomos delas e, assim, qualquer dedução ou posição que se adote sem embasamento factual é prematura, contraproducente e não é a postura da Iniciativa Liberal”, concluiu.
O elevador da Glória é administrado pela Carris, conecta os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara no Bairro Alto, em um trajeto de 276 metros e é bastante frequentado por turistas.
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