
A Comissão Europeia tem a intenção de abolir todas as importações de gás natural liquefeito (GNL) da Rússia até 2026, antecipando-se em um ano ao cronograma inicial, e de restringir as operações financeiras e as plataformas de criptomoeda de Moscovo que desrespeitam as sanções, conforme relatado pelo jornal ‘POLITICO’ nesta terça-feira.
Esta proposta apresenta as novas ações que a União Europeia pretende aplicar à Rússia como parte do seu 19º pacote de sanções desde a invasão liderada por Vladimir Putin em 2022. O foco do pacote está nas estruturas financeiras, nas exportações de energia e nas rotas comerciais clandestinas da Rússia, destacando os esforços europeus para reduzir os recursos financeiros que sustentam a guerra do Kremlin.
A finalidade da proibição ao GNL russo é “diminuir as receitas da Rússia oriundas da venda de combustíveis fósseis, elevar os custos de suas ações ilegais na Ucrânia e exercer uma pressão máxima sobre Moscovo para que cessa a sua agressão contra a Ucrânia”, segundo o comunicado.
O pacote foi anunciado na última sexta-feira pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, logo após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter reiterado seu apelo para que a Europa cesse a compra de energia russa. Contudo, espera-se que enfrente forte resistência da Hungria e da Eslováquia, uma vez que qualquer pacote de sanções necessita da aprovação unânime dos estados-membros da UE.
No entanto, o principal foco da proposta é a intenção da Comissão de eliminar a importação de GNL russo um ano antes do plano inicial, estabelecendo agora o final de 2026 para contratos de longo prazo e concedendo um período de seis meses após a implementação do pacote para acordos de curto prazo.
A UE está atualmente em negociações para um projeto de lei separado que visa encerrar todas as importações de GNL russo para o bloco até o final de 2027. As novas sanções vão além disso, já que a proposta legislativa se concentra apenas no fornecimento físico ao bloco, sem abordar as transações.
Além de limitar as atividades financeiras dos bancos russos, a UE também busca, pela primeira vez, atingir plataformas de criptomoedas e proibir transações, fechando um espaço usado para encaminhar recursos financeiros de volta para a Rússia. As empresas europeias serão, por sua vez, impedidas de negociar com portos fora da UE caso estes sejam utilizados para comércio de tecnologia militar, como mísseis, ou para evitar o teto de preços do petróleo estabelecido pelo G7, segundo a proposta.
Bruxelas pretende ainda restringir as zonas econômicas especiais na Rússia, que oferecem benefícios fiscais a empresas estrangeiras para incentivar investimentos. De acordo com a proposta, as empresas da UE teriam a proibição de investir nessas áreas.
O rascunho da proposta, datado de 19 de setembro, também proíbe empresas de fazer a resseguro de aeronaves e navios russos antigos durante um período de cinco anos após a sua venda.
Além disso, o texto introduz controles de exportação para mais 45 empresas identificadas como colaboradoras na evasão de sanções. Isso inclui 12 empresas chinesas, duas tailandesas e três indianas que ajudaram a Rússia a contornar as restrições do bloco. Por fim, de forma simbólica, a Comissão Europeia também sugere proibir a oferta de “serviços diretamente relacionados às atividades turísticas na Rússia”, finaliza o documento.
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