cropped-radiocMadeira-logo-removebg-preview
HomeMadeiraLíder da câmara de Paredes afirma inexistência de conflitos com empreendimentos imobiliários

Líder da câmara de Paredes afirma inexistência de conflitos com empreendimentos imobiliários

O presidente da Câmara Municipal de Paredes, situado no distrito do Porto, rejeitou na quarta-feira qualquer noção de "incompatibilidade" entre
Líder da câmara de Paredes afirma inexistência de conflitos com empreendimentos imobiliários

O presidente da Câmara Municipal de Paredes, situado no distrito do Porto, rejeitou na quarta-feira qualquer noção de “incompatibilidade” entre seu cargo e atividades no setor imobiliário, enfatizando que “é apenas um sócio, não um gerente” da empresa que adquiriu dois imóveis.

“Não existe incompatibilidade alguma; Alexandre Almeida é apenas sócio e não ocupa a função de gerente, portanto, suas decisões na autarquia não são afetadas”, afirma na resposta enviada à agência Lusa pelo município que é dirigido pelo autarca, que é candidato novamente pelo PS nas eleições autárquicas marcadas para 12 de outubro.

A revista Sábado relata que os investimentos imobiliários de Alexandre Almeida estão sob investigação, especificamente a aquisição de dois apartamentos (T3) por 206 mil euros, seguida da venda de um deles no mesmo dia por 222.500 euros. De acordo com a publicação, o autarca é sócio de uma empresa imobiliária, a Didalma, que fundou com sua ex-esposa, e que viu seus lucros saltarem de 123 euros em 2022 para cerca de 200 mil euros em 2024, com vendas e serviços atingindo 460 mil euros.

A administração de Paredes ainda alega que “não é verdade que os apartamentos tenham sido adquiridos e vendidos no mesmo dia”, acrescentando que “os dois imóveis foram adquiridos por meio de um contrato promessa de compra e venda” em 13 de janeiro de 2020, “quando o edifício estava em fase de construção, ao preço referente ao mercado da época”.

Conforme a câmara, os apartamentos “foram vendidos somente após a conclusão da construção, em 2024, ao preço de mercado”, argumentando que “caso fossem vendidos hoje, teriam se valorizado e poderiam ser comercializados por valores superiores a 250 mil euros”.

Em sua resposta à Sábado, Alexandre Almeida esclareceu que ambos os imóveis foram “comprados por contrato promessa de compra e venda (CPCV)” em 13 de janeiro de 2020, quando “o prédio ainda estava sendo erguido”. Naquela data, Almeida já exercia a presidência da câmara (tendo sido eleito pela primeira vez em 2017), e as decisões do desenvolvedor imobiliário estavam vinculadas à aprovação das autoridades locais.

O CPCV indica que o projeto arquitetônico do empreendimento ainda aguardava a liberação municipal, enquanto um relatório da própria câmara — referente à segunda revisão do Plano Diretor Municipal – menciona que o alvará foi emitido em 11 de novembro de 2020, sob o número 179/19LI.

Após a publicação da matéria na Sábado, as comissões do PSD e do CDS-PP de Paredes solicitaram a renúncia imediata do presidente do município e recandidato pelo PS nas eleições autárquicas, devido a “transações imobiliárias de alto valor” vinculadas a Alexandre Almeida.

“A Sábado relata que em um único dia, Alexandre Almeida obteve mais de 100 mil euros com a negociação de um apartamento, o que foi documentado em cartório. E ainda que o autarca comprou o imóvel do construtor antes de sua obra ser licenciada, com decisões dependentes de sua gestão, obtendo assim, lucros exorbitantes”, afirmaram os partidos políticos do PSD e CDS-PP de Paredes.

Coligação PSD e CDS-PP exige a renúncia imediata do presidente da Câmara de Paredes. Em um único dia, ganhou mais de 100 mil euros com a venda de um imóvel.