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Ministro do Vaticano classifica como «inadmissível e incompreensível» tratar indivíduos como «danos secundários»

Cardeal Parolin recorda o segundo aniversário do ataque do Hamas a Israel e expressa preocupação com o aumento do antissemitismo
Ministro do Vaticano classifica como «inadmissível e incompreensível» tratar indivíduos como «danos secundários»

Cardeal Parolin recorda o segundo aniversário do ataque do Hamas a Israel e expressa preocupação com o aumento do antissemitismo

Vaticano, 06 de outubro de 2025 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano comemorou o segundo aniversário do ataque do Hamas a Israel, ocorrido em 7 de outubro de 2023, considerando “inaceitável e sem justificativa” reduzir vidas humanas a “vítimas colaterais” em um conflito que ainda perdura.

“É evidente que a guerra conduzida pelas forças armadas israelitas para derrotar os combatentes do Hamas ignora o fato de que está lidando com uma população em grande parte vulnerável e exaurida, em uma área repleta de residências e edifícios devastados: basta observar as imagens aéreas para entender a realidade de Gaza hoje”, lamenta o cardeal Pietro Parolin em uma entrevista aos veículos de comunicação do Vaticano.

Considerando “desumano” o ataque do Hamas a Israel, o colaborador do Papa solicita a libertação dos reféns e o fim do ciclo de violência na região.

“A violência brutal cometida contra crianças, mulheres, jovens e idosos não pode ser justificada de nenhuma maneira. Foi um massacre vergonhoso e, reitero, desumano”, afirma, referindo-se aos ataques de 7 de outubro de 2023, no sul de Israel.

A guerra resultante trouxe consequências desastrosas e desumanas… estou chocado e angustiado com a contagem diária de mortes na Palestina, que somam dezenas, por vezes centenas diariamente, incluindo inúmeras crianças cujo único crime parece ser terem nascido lá.”

O secretário de Estado do Vaticano acrescenta que “a situação em Gaza é ainda mais grave e trágica do que no ano passado, após uma guerra devastadora que levou a dezenas de milhares de mortes”.

“Precisamos recuperar a razão, abandonar a lógica cega do ódio e da vingança e recusar a violência como solução. Aqueles que são atacados têm o direito de se defender, mas mesmo a legítima defesa deve respeitar o princípio da proporcionalidade”, defende.

Dom Pietro Parolin expressa preocupação com o crescimento do antissemitismo e recorda que “também existem muitas vozes de dissidência no seio da comunidade judaica contra a maneira como o atual governo israelense tem atuado em Gaza e no restante da Palestina”.

“Não podemos esquecer o que ocorreu na Europa durante o Holocausto; devemos nos comprometer com todas as nossas forças para evitar que esse mal retorne”, apela.

Em resposta à proposta de trégua do presidente dos EUA, Donald Trump, para encerrar a guerra, o cardeal Parolin menciona que “qualquer plano que envolva a participação do povo palestino nas decisões sobre seu futuro e que possibilite o fim desse massacre, libertando os reféns e interrompendo a matança diária de centenas de pessoas, deve ser recebido com apoio”.

O responsável pela diplomacia da Santa Sé recorda que a instituição “reconheceu oficialmente” o Estado da Palestina há dez anos, argumentando que “as declarações e decisões de Israel caminham em sentido oposto: pretendem obstaculizar permanentemente o surgimento de um verdadeiro Estado palestino”.

A entrevista também expressa solidariedade aos cristãos de Gaza, que “também têm sido alvos de ataques”.

“Sinto-me tocado ao pensar nessas pessoas que estão decididas a permanecer e que rezam diariamente pela paz e pelas vítimas. A situação é cada vez mais precária”, conclui o secretário de Estado do Vaticano.

A guerra em Gaza foi desencadeada pelos ataques do movimento islamita Hamas em 7 de outubro de 2023, no sul de Israel, resultando em cerca de 1200 mortes e mais de duzentos reféns; a retaliação de Israel já causou dezenas de milhares de mortes, a destruição quase total da infra-estrutura de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

OC

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