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Desastre de Carter: a fórmula matemática que antecipa o fim da civilização

Desde que a humanidade começou a explorar o universo, ficou evidente que não ocupamos uma posição central, seja no cosmos,
Desastre de Carter: a fórmula matemática que antecipa o fim da civilização

Desde que a humanidade começou a explorar o universo, ficou evidente que não ocupamos uma posição central, seja no cosmos, na galáxia ou no Sistema Solar. Embora essa revelação contrarie um instinto egocêntrico, abriu portas para modelos mais elaborados sobre a essência do universo, como a radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB) e a métrica de Friedmann-Lemaître-Robertson-Walker (FLRW), que descrevem um universo em expansão e foram corroborados por observações astronômicas.

O astrofísico Albert Stebbins, do Fermilab, esclareceu ao ‘Phys.org’ em 2008 que o Princípio Copernicano é essencial em astronomia: “Supõe-se que não habitamos uma região especial do universo e que não existem áreas privilegiadas — tudo é similar em todos os cantos, até mesmo nas variações estatísticas.”

Esse princípio permite que se observe regiões distantes do universo no passado apenas apontando para longe, sem a necessidade de retornar ao passado local para entender a evolução do cosmos. Trata-se de uma ferramenta que facilita previsões e análises acerca do comportamento do universo em diferentes épocas e locais.

O princípio antrópico e os observadores conscientes

Ademais, o princípio antrópico indica que somente observadores conscientes, como os humanos, podem existir em um universo que oferece condições para a vida. Essa perspectiva leva a reflexões sobre a posição da humanidade no tempo e no espaço, bem como a probabilidade da emergência de observadores em diversas regiões ou épocas.

O astrofísico australiano Brandon Carter apresentou a denominada “catástrofe de Carter”, que argumenta contra a suposição de uma posição especial no tempo da trajetória humana. Estatisticamente, cada ser deve ser visto como um observador aleatório ao longo da existência da espécie.

Em 1993, J. Richard Gott aplicou essa linha de pensamento para projetar a duração futura de eventos observáveis. Ao utilizar a relação entre o tempo já transcorrido e o que resta de um objeto observável, Gott demonstrou que é viável prever intervalos futuros com um certo nível de confiança.

Por exemplo, ao examinar o Muro de Berlim, que tinha oito anos de existência, Gott previu que sua queda ocorreria em aproximadamente 2,5 vezes o tempo já passado, o que se concretizou. Da mesma maneira, Stonehenge foi previsto como um objeto observável através dessa metodologia.

Previsões sobre a sobrevivência da humanidade

Gott utilizou a mesma lógica para a humanidade, empregando modelos hipotéticos e estimativas de nascimentos. Em 1993, ele previu que o número total de humanos que ainda viriam a nascer poderia variar entre 1,8 bilhões e 2,7 bilhões, com uma confiança de 95%. Com base nas taxas de natalidade do período, a previsão indicava que a espécie poderia perdurar por cerca de 19.000 anos, salvo mudanças significativas nas taxas de nascimento ou avanços em medicina e tecnologia.

Contudo, essas equações dependem de certos pressupostos sobre os observadores e os eventos. Por exemplo, consideram-se humanos do passado? E se a espécie se fundir com inteligências artificiais no futuro?

Em suma, o Princípio Cosmológico e o Argumento do Juízo Final oferecem uma visão probabilística sobre o futuro da humanidade, permitindo a estimativa de durações e riscos sem assumir posições privilegiadas no tempo ou no espaço. Apesar da complexidade e das variáveis envolvidas, essas ferramentas possibilitam uma reflexão rigorosa e científica sobre a existência e a perenidade da espécie.

A extinção da humanidade, segundo essa análise, é considerada improvável de ocorrer durante o tempo de observação individual de cada ser humano, mas continua a ser um fenômeno a ser considerado em escalas temporais longas e futuras.

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