Veículos elétricos produzem maiores quantidades de dióxido de carbono (CO₂) em seus primeiros anos de uso, conforme um estudo da Universidade Duke. Embora sejam promovidos como uma alternativa ambientalmente amigável, a fabricação e a extração de recursos essenciais apresentam altos custos para o meio ambiente.
Conforme relatado pelo tabloide britânico ‘Daily Mail’, a pesquisa analisou todo o ciclo de vida dos veículos, abordando desde a produção de combustível e a confecção das baterias até a montagem e utilização. Os achados indicaram que, nos primeiros dois anos, os veículos elétricos podem gerar até 30% mais emissões em comparação aos modelos tradicionais.
No entanto, essa situação muda a partir do terceiro ano de uso. De acordo com o coautor Drew Shindell, ao longo de uma vida útil média de 18 anos, “os veículos com motor de combustão interna causam de duas a três vezes mais danos ao clima e à qualidade do ar” do que os elétricos.
O custo ambiental da fabricação de baterias
A pesquisa identificou a mineração de lítio como uma das principais fontes das emissões iniciais. A extração desse metal, realizada principalmente na Austrália, Chile e China, requer grandes quantidades de energia e água, resultando na emissão de até 15 toneladas de CO₂ para cada tonelada de lítio extraído.
Conforme Pankaj Sadavarte, da Universidade do Norte do Arizona, “a exploração do lítio e a fabricação de baterias representam cerca de 50% das emissões totais de CO₂ de um veículo elétrico no primeiro ano”. Produzir uma única bateria pode gerar até 15,6 toneladas de dióxido de carbono.
Com o tempo, no entanto, essa situação se reverte: após os dois primeiros anos, os carros elétricos passam a emitir consideravelmente menos CO₂ do que aqueles movidos por combustíveis fósseis.
Impactos sociais e ecológicos
Os pesquisadores também calcularam os custos econômicos e sociais associados à poluição. Um carro a gasolina ou a gasóleo causa danos ambientais estimados em cerca de 1.605 dólares (1.214 euros) por ano, enquanto um veículo elétrico de características semelhantes gera apenas 629 dólares (475 euros). Mesmo quando alimentado integralmente com energia proveniente da queima de carvão, o custo ambiental de um elétrico não ultrapassa os 815 dólares (616 euros) anualmente — cerca de metade do valor relacionado a um carro tradicional.
Pesquisas anteriores já sugeriram que a fabricação de um carro elétrico pode produzir até 70% mais emissões do que a de um veículo a gasolina. Para compensar essa diferença, um modelo como o Volkswagen e-Golf precisa rodar cerca de 124.000 quilômetros (77.000 milhas) antes de se tornar mais benéfico para o ambiente.
Fontes de poluição não consideradas
Cientistas alertam que os veículos elétricos não são tecnicamente “isentos de emissões”. A Universidade de Southampton descobriu que as pastilhas de freio usadas nesses carros liberam partículas até 30 vezes menores que um cabelo humano — capazes de penetrar nos pulmões e causar danos nos tecidos.
Além disso, como os elétricos são mais pesados, geram mais poluição não relacionada aos gases de escape durante a frenagem, exacerbando o impacto ambiental nas áreas urbanas.
Ademais, o estudo não levou em conta os custos ambientais associados ao descarte dos veículos — incluindo a reciclagem das baterias — um aspecto que permanece sem resolução para os pesquisadores.
Impacto de carbono e estilo de vida
Outras pesquisas, como as da Universidade de Turku, na Finlândia, indicam que o impacto global dos motoristas de veículos elétricos pode ser maior do que se imaginava. Embora esses veículos emitam menos poluentes, o estilo de vida mais consumista dos proprietários tende a resultar em uma pegada de carbono mais elevada.
Em média, um motorista de carro elétrico emite meia tonelada extra de CO₂ anualmente em comparação com motoristas de carros a gasolina, sendo que modelos de alto desempenho podem gerar quase duas toneladas adicionais.
Híbridos e o futuro da mobilidade
Os pesquisadores argumentam que os veículos híbridos continuam a ser uma alternativa viável. Combinando motores elétricos e a gasolina, eles alternam entre diferentes fontes de energia conforme a velocidade e as necessidades de potência, reduzindo tanto o consumo quanto as emissões.
Apesar de suas limitações, os cientistas enfatizam que os veículos elétricos permanecem a melhor opção ambiental a longo prazo. A descarbonização das fontes de energia e a melhoria dos processos de fabricação serão fatores cruciais para que essa tecnologia realize completamente a promessa de uma mobilidade mais sustentável.
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