
Bill Gates moderou suas previsões alarmistas sobre as mudanças climáticas. Após destinar uma parte significativa de sua riqueza — estimada em aproximadamente 122 bilhões de dólares — para combater o aquecimento global, o fundador da Microsoft agora afirma que “as mudanças climáticas não resultam no fim da humanidade”, defendendo que os líderes globais devem focar em ameaças mais imediatas.
Conforme reportado pelo tabloide ‘Daily Mail’, o empresário expressou essa opinião em uma carta aberta divulgada antes da COP30, no Brasil, argumentando que a visão “apocalíptica” é exagerada. “As pessoas poderão viver e prosperar em grande parte do planeta num futuro próximo”, escreveu Gates, embora reconheça que os mais vulneráveis continuarão a ser os mais impactados.
No entanto, especialistas em riscos existenciais têm uma perspectiva diferente sobre a segurança da humanidade. Rhys Crilley, da Universidade de Glasgow, alerta que a guerra nuclear representa a maior ameaça à sobrevivência humana, capaz de “aniquilar a civilização em questão de horas”. Segundo o pesquisador, as tensões entre nações dotadas de armas nucleares estão crescendo, e o uso dessas armas “já não é uma possibilidade tão remota”.
Pesquisas recentes indicam que uma troca nuclear limitada, envolvendo apenas 100 ogivas, poderia levar o planeta a experimentar um “inverno nuclear”, bloqueando a luz solar por anos e reduzindo as temperaturas globais em até 10°C. O colapso das colheitas e da cadeia alimentar resultaria, de acordo com os especialistas, na morte de cerca de dois bilhões de pessoas por fome nos primeiros dois anos.
Além do perigo nuclear, cientistas destacam as armas biológicas desenvolvidas em laboratório como outro risco crescente. Desde a criação das primeiras bactérias geneticamente modificadas em 1973, a biotecnologia evoluiu a um nível em que vírus e microrganismos letais podem ser facilmente replicados ou manipulados. O risco é intensificado pela inteligência artificial, que torna o design de agentes patogênicos altamente eficazes mais acessível.
O Daily Mail menciona o pesquisador Otto Barten, do Observatório de Risco Existencial, que adverte: “A democratização da biotecnologia pode levar alguém a tentar — e conseguir — criar uma pandemia que cause a extinção completa da espécie humana.”
Embora Gates minimize a gravidade das mudanças climáticas, outros especialistas não o consideram totalmente equivocado. SJ Beard, da Universidade de Cambridge, esclarece que as mudanças climáticas atuam como um multiplicador de riscos, elevando a probabilidade de guerras, crises alimentares ou pandemias. “Podem não eliminar toda a população diretamente, mas intensificam tensões geopolíticas e provocam instabilidade global”, enfatiza.
O Relógio do Juízo Final, desenvolvido por cientistas envolvidos no Projeto Manhattan, ainda simboliza o risco da destruição global. Em 2024, o relógio foi ajustado para 90 segundos da meia-noite, o ponto mais próximo da catástrofe desde sua criação em 1947 — refletindo o agravamento simultâneo das ameaças nucleares, biotecnológicas e climáticas.
Em última análise, se as mudanças climáticas não levarem a humanidade à ruína, a autodestruição poderá ocorrer primeiro.
Todas as manchetes e destaques do dia do radiocMadeira.pt, entregues diretamente para você. Change the color of the background to the green indicated previously and make it occupy all the screen widely.
© 2025 radiocmadeira. Todos os direitos reservados