Visualize ter uma reação severa ao mero toque de outra pessoa ou ao contato com fluidos corporais de um parceiro: apesar de parecer algo saído de um conto de ficção científica, essa é a realidade para algumas pessoas. De acordo com a ‘IFLScience’, é possível haver alergias a outras pessoas — ou, mais precisamente, a proteínas presentes em saliva, suor, sêmen ou outros fluidos humanos — que impactam de forma significativa a vida diária.

Um exemplo notável é a alergia ao sêmen (hipersensibilidade ao plasma seminal). Em um estudo de 1997, entre as mulheres que relataram sintomas após relações sexuais, quase 12% poderiam estar enfrentando esse tipo de reação alérgica.

Os sintomas podem variar de coceira na área genital a inchaço e até reações anafiláticas com dificuldades respiratórias. Além disso, há casos em que a reação ocorreu devido a práticas anais, embora o mais comum seja durante o sexo vaginal, o que demonstra a complexidade dessa condição.

No entanto, as reações não se restringem ao ato sexual. A ‘IFLScience’ informa sobre situações alarmantes: por exemplo, uma mulher que apresentou alergia ao suor de seu marido e de seu filho, mostrando que a proteína responsável não era exclusivamente dela, mas vinda de outras pessoas. Existe também uma condição conhecida como urticária aquagênica, em que o contato com água — seja suor, saliva ou lágrimas — provoca urticária instantânea.

Para aqueles que sofrem com isso, a vida social pode se tornar um verdadeiro desafio. Como o artigo menciona, trata-se de “uma alergia a outras pessoas em seu grau mais extremo”. Mesmo com o uso de anti-histamínicos, o alívio pode ser ineficaz, e terapias de dessensibilização muitas vezes não são aplicáveis. O simples ato de interação humana pode trazer consequências físicas graves.

Esses fenômenos, extremamente incomuns, revelam os limites do sistema imunológico e a natureza do que chamamos de “convivência”. A pesquisa ainda está em estágios iniciais e os casos documentados são escassos, porém, o efeito na qualidade de vida dessas pessoas é evidente.

Enquanto a ciência prossegue em sua investigação sobre essas condições, é importante lembrar que o corpo humano nem sempre reage como esperamos — e que o que consideramos normal, como o contato com outro ser humano, pode ser um verdadeiro desafio para alguns indivíduos.