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DNA no oceano revela tubarões martelo perdidos

Um cientista da Universidade Internacional da Flórida (FIU) desenvolveu um teste inovador que pode identificar tubarões de martelo pequenos e
DNA no oceano revela tubarões martelo perdidos

Um cientista da Universidade Internacional da Flórida (FIU) desenvolveu um teste inovador que pode identificar tubarões de martelo pequenos e difíceis de encontrar sem precisar vê-los na água – uma conquista que pode ser crucial para salvar espécies em perigo de extinção.

Esse método inovador detecta vestígios da presença dos tubarões sem capturá-los ou perturbá-los. Funcionando como marcas biológicas discretas deixadas no mar, ele identifica fragmentos de material genético que flutuam na água, revelando os locais onde os tubarões estiveram. Em um estudo recente publicado na Frontiers in Marine Science, o biólogo marinho Diego Cardeñosa, que atua no Instituto de Meio Ambiente da FIU e no Centro Global de Justiça e Forense, demonstrou de que maneira o novo teste pode auxiliar os cientistas na localização e proteção de espécies de tubarões ameaçados.

Monitorando Espécies Difíceis e Ameaçadas

Espécies menores de tubarão martelo, como o tubarão-bonete escalfado, o tubarão de boca larga e o tubarão-bonete do Pacífico, foram severamente impactadas pela sobrepesca, resultando em populações tão reduzidas que pesquisadores enfrentam dificuldades para encontrá-los ou estudá-los. Seus habitats e deslocamentos permanecem mal compreendidos, complicando os esforços de conservação. A nova técnica de DNA ambiental (eDNA) de Cardeñosa pode finalmente modificar essa situação, ajudando os cientistas a determinar onde esses tubarões criticamente ameaçados ainda habitam.

“Através da análise de diferentes localidades ao longo de seu intervalo de distribuição, que se estende do México até o Norte do Peru, podemos identificar áreas prioritárias onde recursos de conservação podem ser necessários,” explicou Cardeñosa. “O objetivo a curto prazo é localizar essas três espécies, pois elas provavelmente estão entre os tubarões costeiros mais criticamente ameaçados do planeta.”

Procurando os Últimos Refúgios

Cardeñosa acredita que essas espécies eram mais comuns antes de décadas de sobrepesca que reduziram drasticamente suas populações. Atualmente, elas sobrevivem principalmente em regiões costeiras rasas e remotas, de difícil monitoramento e onde a regulamentação da pesca é fraca. Sua pesquisa foca no Parque Natural Nacional Uramba/Bahía Málaga na Colômbia, um dos poucos locais onde esses tubarões ainda podem ser encontrados.

“Você pode lançar uma linha de pesca lá e, em 10 minutos, capturar um ou dois desses tubarões,” disse ele. Na maioria dos outros locais, avistamentos são quase inexistentes. O tubarão-bonete escalfado foi avistado pela última vez no México em 1994, enquanto o tubarão de boca larga foi documentado pela última vez em 2007. Em Honduras, um desses tipos foi redescoberto recentemente após décadas sem registros.

“É assim que é difícil encontrá-los,” disse Cardeñosa. “Cabe a nós agirmos para protegê-los ou deixá-los desaparecer.”

Preservando um Fragmento da História Evolutiva

Para Cardeñosa, a missão vai além da conservação.

“Muitas dessas espécies são algumas das mais recentes ou derivadas no contexto evolutivo,” afirmou. “Se elas desaparecerem, também estaremos perdendo um pedaço da história evolutiva do nosso planeta. A extinção é para sempre, e isso é motivo suficiente para eu agir.”

Uma Ferramenta Poderosa para o Futuro da Ciência Marinha

Cardeñosa espera que seu trabalho inspire uma maior conscientização e valorização por parte do público em relação a esses tubarões frequentemente negligenciados e demonstre a eficácia do DNA ambiental.

“É fascinante que se possa coletar uma simples amostra de água e saber se uma espécie estava presente ou não,” comentou.

Ao identificar onde os tubarões de martelo ainda existem, esta pesquisa contribui para guiar prioridades de conservação e maximizar a eficácia das ações de proteção. Além dos tubarões de martelo, as mesmas amostras de água podem conter informações genéticas sobre outras formas de vida marinha. Uma vez coletado, o DNA pode ser conservado em laboratórios por vários anos, permitindo que futuros cientistas estudem espécies adicionais que antes nadaram pelas mesmas águas.

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