Três dos 17 indivíduos apprehendidos com suspeitas de exploração de imigrantes no Alentejo, na operação “Safra Justa”, permanecerão detidos, enquanto um membro da GNR e um agente da PSP foram liberados.

Entre os 17 presos na terça-feira pela Polícia Judiciária, dez, sendo nove deles militares da GNR, foram soltos na quinta-feira à noite por decisão do tribunal, e os outros sete conheceram as medidas cautelares hoje.

Conforme informações do Tribunal da Comarca de Lisboa, três civis foram colocados em prisão preventiva, enquanto o militar da GNR, o policial da PSP e dois civis que foram ouvidos hoje receberam termo de identidade e residência (TIR).

A corte acredita que há “fortes indícios da prática de crimes relacionados ao tráfico de pessoas e auxílio à imigração ilegal” em relação aos três réus que permanecem detidos.

Por outro lado, a justificativa para a liberação dos 10 militares da GNR e um agente da PSP aponta que as escutas telefônicas, não transcritas pelo Ministério Público, “não podem ser usadas como base para fundamentar as medidas cautelares”.

“Dos 231 artigos que imputavam fatos aos réus, aproximadamente 89 se baseavam, total ou parcialmente, em escutas não transcritas”, informou o tribunal, adicionando que “todas as alegações cuja fundamentação dependia exclusivamente de escutas não transcritas foram consideradas não indiciadas, pois não é possível valorar essa prova, especialmente a maioria dos fatos atribuídos aos membros das forças de segurança”.

No que diz respeito aos indivíduos da GNR e da PSP, a corte avaliou a “inexistência de indícios dos crimes alegados e decidiu que aguardassem” o julgamento com TIR.

A rede criminosa desmantelada na terça-feira durante a operação “Safra Justa”, conduzida pela Polícia Judiciária (PJ), controlava cerca de 500 trabalhadores estrangeiros no Alentejo, porém nem todos são considerados vítimas de tráfico, de acordo com fontes policiais.