A acidificação dos oceanos já excedeu o limite considerado seguro para ecossistemas estáveis e sustentáveis, o que eleva para sete o número de “limites planetários” que foram ultrapassados, conforme divulgado esta quarta-feira por um instituto de pesquisa que monitora essas medições.
O conceito de “limites planetários” foi introduzido em 2009 por cerca de trinta pesquisadores em um artigo intitulado “Um espaço de funcionamento seguro para a humanidade”. Naquela época, acreditava-se que a humanidade havia “transgredido pelo menos três limites planetários”, de um total de nove.
Desde então, os relatórios anuais do Instituto de Pesquisa Climática de Potsdam (PIK) têm mostrado uma contínua deterioração. O relatório de 2025 confirma que o limite da “acidificação dos oceanos”, em virtude do elevado nível de dióxido de carbono dissolvido, foi recentemente superado.
“Os oceanos estão se tornando mais ácidos, colocando em risco a vida marinha e conduzindo a condições alarmantes, com uma tendência em piorar“, destacaram os pesquisadores do instituto.
Embora a acidez seja medida pelo pH, o limite é avaliado com base na concentração de aragonita, um mineral vital para a sobrevivência dos corais e de organismos marinhos que possuem conchas. Quanto mais ácido se torna o oceano, maior é a degradação da aragonita. O limite foi estabelecido considerando 80% da concentração em comparação à era pré-industrial, e os oceanos já estão abaixo deste patamar.
“O pH na camada superficial dos oceanos já caiu cerca de 0,1 desde o início da era industrial, o que representa um aumento de 30% a 40% na acidez”, afirmam os cientistas.
“Essa mudança é uma ameaça para os organismos que constroem conchas ou esqueletos de carbonato de cálcio, incluindo corais, moluscos e algumas espécies essenciais de plâncton. A extinção gradual desses organismos pode afetar a cadeia alimentar”, alertam.
A principal razão para a acidificação dos oceanos é a absorção do dióxido de carbono (CO2) resultante da queima de combustíveis fósseis.
Os outros seis limites já ultrapassados referem-se às mudanças climáticas (concentração de CO2 na atmosfera), à integridade da biosfera (extinção de espécies e uso excessivo de recursos por humanos), ao uso da terra (desmatamento), ao ciclo da água doce (regiões afetadas por secas ou inundações), aos ciclos biogeoquímicos (uso excessivo de fertilizantes e pesticidas) e à introdução de novas substâncias na biosfera (plásticos e outros químicos industriais).
Os dois limites planetários que ainda não foram ultrapassados são os aerossóis na atmosfera (poluição do ar) e o nível de ozônio na estratosfera.
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