
Praticamente nada se aproveita do colapso benfiquista na noite de terça-feira, no Estádio da Luz, contra o Qarabag. As 53 mil almas nas arquibancadas aguardavam uma reação prometida por Bruno Lage após o empate em casa contra o Santa Clara, na última sexta-feira, onde o Benfica atuou mais de uma hora com um jogador a mais, mas saíram ainda mais decepcionados com a equipe, com o técnico e com a administração.
O resultado de 3-2 reflete a carência de ideias de um Benfica em queda livre no futebol. Um começo desastroso na Champions 2025/26 que pode prejudicar as ambições da equipe em avançar para a fase eliminatória.
No final, os torcedores exibiram lenços brancos ao treinador e entoaram ‘demissão’ nas arquibancadas, uma mensagem destinada a Lage, mas também a Rui Costa.
O presidente do Benfica presenciou a cena, ouviu as reclamações e decidiu dispensar Bruno Lage do cargo técnico nas primeiras horas da quarta-feira. José Mourinho pode ser o próximo a assumir o comando, voltando ao clube 24 anos depois.
A queda do Benfica é difícil de entender – nem Bruno Lage conseguiu explicar – especialmente após o início do jogo. Dois gols em 16 minutos, um futebol promissor, Sudakov comandando o jogo e uma festa nas arquibancadas, numa noite que os torcedores esperavam ser memorável.
Depois, a equipe mergulhou em uma espiral negativa, desaparecendo gradualmente. Nada funcionava para os jogadores, tudo parecia desarticulado, enquanto a equipe azeri crescia em confiança, ameaçando e marcando.
Acreditava-se que o Qarabag jogaria de forma defensiva, mas as características dos seus jogadores fazem deles uma equipe sempre voltada ao ataque, quase sempre pela esquerda, onde há muito talento acumulado.
Leandro Andrade exemplificou isso ao marcar o 1-2 aos 30 minutos, Durán igualou com o 2-2 aos 46 e Kaschuk selou o resultado com o 3-2 no final do jogo, premiando uma equipe que, mesmo estreando na nova Champions contra uma formação muito experiente, nunca se encolheu.
As eleições de 20 de outubro levaram Rui Costa a agir já após a uma da manhã: afastou Bruno Lage do comando da equipe e garantiu um novo técnico já para o próximo jogo, no sábado, contra o AVS.
Na Champions, o Benfica precisa vencer suas partidas em casa contra Bayer Leverkusen, Nápoles e Real Madrid, além de buscar pontos fora contra Chelsea, Newcastle, Ajax e Juventus.
Pensava-se que o Qarabag aceitaria o empate, mas as mudanças do técnico Gurban Gurbanov foram para buscar os três pontos. Com o jogo fragmentado e o Benfica em desespero por uma vitória, uma bola nas costas da defesa encontrou Kaschuk que esperou, aguardou, devolveu para Zoubir que segurou a jogada, até encontrar a desmarcação do companheiro: passe, domínio e disparo imediato. Trubin observou com desânimo o 3-2.
Em um plantel com 10 azeris e 12 nacionalidades distintas, é o marroquino Abdellah Zoubir quem ostenta a braçadeira de capitão. Aos 33 anos, o meio-campista é uma lenda no clube (já em sua oitava temporada seguida no Qarabag), destacando-se pela qualidade técnica. Ele foi o maestro do ataque dos azeris, sempre à esquerda, com a bola dominada, ditando os tempos de jogo. Sua inteligência o levou a buscar Kashchuk para concretizar o 3-2.
Primeiro Schjelderup e Dahl, depois Prestianni, todos tentaram pelo lado esquerdo do Benfica, mas foi difícil superar Matheus Silva. O ex-lateral do Moreirense e do Farense venceu 15 dos 21 duelos que disputou, um dos melhores desempenhos deste início de Champions, segundo dados do ‘Goalpoint‘. Poucas oportunidades passaram por ele.
O desastre foi evitado por conta da boa atuação de Trubin, que apesar dos três gols sofridos, não teve culpa nos mesmos. Ele negou gols certos a Durán e Jankovic com duas excelentes intervenções.
O Benfica demonstrou seu potencial enquanto havia Sudakov. Em sua estreia como titular e no segundo jogo com a camisa das Águias, o ucraniano fez duas assistências, para Barrenechea e Pavlidis. Depois de meia hora, desapareceu do jogo, levando consigo a intensidade do Benfica. Ele voltou a aparecer no início do segundo tempo após o empate, mas não foi suficiente.
Arbitragem impecável do belga Erik Lambrechts. O árbitro não exibiu cartões amarelos, soube administrar o jogo de forma discreta durante os 90 minutos.
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