A candidatura da Aliança Democrática (AD) à Câmara Municipal das Caldas da Rainha vai solicitar a anulação do processo eleitoral neste município, alegando que houve manipulação de urnas em pelo menos três mesas de votação.

O líder da coligação, Hugo Oliveira, do PSD, informou à agência Lusa que na freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, a mais populosa do concelho, ocorreram violações nas urnas de, no mínimo, três mesas.

O deputado mencionou possuir “fotografias, gravações e testemunhas” que comprovam que as urnas foram abertas “para alterar o conteúdo”, depois que os votos já haviam sido depositados.

“Temos gravações de pessoas a mexerem dentro das urnas”, destacou, apontando que se trata de “uma irregularidade grave” que motiva a candidatura a pedir a anulação das eleições nas Caldas da Rainha, no distrito de Leiria.

No domingo, as eleições nas Caldas da Rainha foram vencidas pelo Movimento Independente Vamos Mudar (VM), que indicou o atual presidente Vítor Marques para novo mandato.

O VM assumiu a gestão da Câmara em 2021, após conquistar o poder que era do PSD desde o 25 de Abril.

Nessas eleições, o movimento independente obteve 9.460 votos (37,67%), garantindo a presidência e dois assentos para vereadores. A sua lista incluía integrantes do PS, que decidiu não apresentar candidatura própria.

A AD (PSD/CDS-PP) angariou 9.320 votos (37,11% da preferência do eleitorado) e elegeu três vereadores para o governo municipal. O Chega também elegeu, pela primeira vez, um vereador.

Hugo Oliveira declarou à Lusa que “reconhece a derrota” e esclareceu que a anulação das eleições não está relacionada com os resultados obtidos pela coligação.

No entanto, sublinhou que é “estranho que alguém mexa nos votos” em uma eleição municipal, e não em uma eleição de uma associação estudantil.

Sustentando a importância do “respeito e responsabilidade”, o social-democrata afirmou que irá apresentar uma queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE), que “dará sequência ao caso e tomará as devidas decisões”, finalizou.