
Centenas de indivíduos se reuniram neste sábado nas cidades da Praia e Mindelo, em Cabo Verde, em manifestações organizadas pelo movimento “Di povo pa povo” (Do povo para o povo), buscando uma cidadania mais ativa e uma qualidade de vida superior.
“Não estamos a pedir extravagâncias, apenas o mínimo para retornar para casa em segurança, para acender a luz ao pressionar o botão, para termos água nas torneiras e para podermos viajar de barco ou avião para visitar a família” em outras ilhas, destacou o cantor Alberto Koenig, durante o evento em Quebra Canela, na Praia, referindo-se às falhas frequentes nos serviços públicos.
“Mais do que um protesto, que este dia seja um marco em nossa história como o início da nossa união”, afirmou, em um movimento apartidário, incentivando uma maior participação cívica.
Segundo ele, “tanto em nível municipal quanto nacional, Cabo Verde poderia estar em uma situação muito melhor e a população está insatisfeita”.
“Se a democracia é o poder do povo, não sentimos isso”, complementou, sugerindo que deveria refletir-se em algo mais significativo do que apenas eleições regulares.
Alberto Koenig mencionou que os encontros deste sábado foram um ponto de partida para que os participantes se conhecessem e para que fossem planejadas futuras ações do movimento, descrevendo que a mobilização ocorre via redes sociais e inclui a diáspora.
Os presentes na manifestação na Praia levantavam cartazes com frases como “a energia que falha apaga o futuro” ou “sem água não há dignidade”.
Jael Assunção, um dos manifestantes, criticou a “realidade idealizada” apresentada pelos governantes, enquanto enfrentamos dificuldades de transporte entre as ilhas, insegurança urbana, além de problemas com abastecimento de água e eletricidade.
Além do mais, Cabo Verde está perdendo uma de suas maiores riquezas, “os recursos humanos”, disse ele.
“Se precisarmos de um encanador ou um pedreiro, já foi tudo: quem tem oportunidades deixa esta terra”, comentou.
Eneida Varela solicitou “o essencial”, como eletricidade, água, transporte e serviços de saúde.
“Estou aqui para exigir meus direitos. Cabo Verde neste ano está pior do que no anterior, como um caranguejo, retrocedendo”, disse ela.
O movimento “Di povo pa povo” publicou um manifesto na plataforma Facebook, onde afirma que a população está “cansada de promessas” e luta “para ter o básico”.
“Esta mobilização não é política”, mas sim “um apelo à responsabilidade coletiva”, diz o texto.
O documento inclui sete principais reivindicações, que abrangem mais mecanismos de participação cidadã, transportes inter-ilhas confiáveis, habitação digna e organizada, garantia de serviços essenciais (como água, eletricidade e saúde), soluções para jovens que desejam emigrar, combate às desigualdades salariais e renegociação do acordo de pesca com a União Europeia (UE).
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