A ausência de critérios claros para a distinção de atletas e equipas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi alvo de críticas esta quarta-feira por parte de Daniel Monteiro, presidente da Confederação do Desporto de Portugal (CDP).
“Acima de tudo, a nossa principal preocupação em relação à Presidência da República é a falta de critérios para a recepção, reconhecimento e condecoração de atletas e seleções nacionais”, declarou Daniel Monteiro aos jornalistas, durante uma atividade da CDP em Lisboa.
Na Cimeira de Presidentes de Federações Desportivas, organizada pela CDP e destinada ao diálogo com candidatos às eleições presidenciais, marcaram presença esta quarta-feira António José Seguro e Henrique Gouveia e Melo, que acompanharam as discussões separadamente.
“Não podemos restringir as condecorações apenas às modalidades que atraem mais atenção mediática. É necessário ter condecorações com critérios claros para que nenhum atleta ou modalidade fique de fora ou seja esquecida“, enfatizou o presidente da CDP.
O intuito é que os atletas “não se sintam prejudicados” e também “não se furtem às expectativas” daqueles que se dedicam tanto ao país e ao povo português.
Ao ser questionado sobre a última reunião da CDP com Marcelo Rebelo de Sousa, Daniel Monteiro informou que já decorreram “alguns meses”, reiterando a urgência de a Presidência da República estabelecer critérios concretos para o reconhecimento dos talentos desportivos nacionais.
“Já passam alguns meses, é verdade, mas, acima de tudo, a falta de critérios na definição das diretrizes para o reconhecimento e condecoração destes atletas e seleções nacionais é, sem dúvida, a principal queixa do desporto”, sublinhou.
Sobre a relevância dos encontros promovidos pela CDP com os candidatos presidenciais, o dirigente considerou-os “essenciais” para o progresso do desporto em Portugal.
“As instituições desportivas e a Confederação do Desporto de Portugal acreditam que a interação com os candidatos à presidência é crucial. Porquê? Porque o Presidente da República é a figura mais alta da nação. Ele tem e exerce uma grande influência sobre o Governo, sobre os partidos, e essa influência é vital. O desporto está cheio de imagens de circunstância”, observou.
E acrescentou: “O desporto está a necessitar de mudanças estruturais, que proporcionem mais vigor ao setor, que aumentem o número de praticantes e que permitam que mais famílias tenham acesso ao desporto, e não apenas aquelas que dispõem de condições financeiras adequadas”.
De acordo com o dirigente, o desporto “é um poderoso meio de integração social, reunindo jovens de áreas urbanas e rurais, de diferentes equipas e classes socioeconómicas; por isso, deve ser promovido desde a base”.
O objetivo é aumentar o número de praticantes e assegurar que as associações e clubes em todo o país tenham melhores condições, completou.
“É crucial para conseguir um desporto mais dinâmico e forte, aumentando o investimento. O Presidente da República não tem atribuições executivas, mas possui uma fantástica capacidade de influência. E isso é o que queremos apelar ao futuro Presidente da República: que veja o desporto não apenas como um setor isolado, mas como uma área que impacta diretamente a saúde, a educação, a economia, a coesão social e a integração territorial”, finalizou.
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