O uso de vaporizadores, inicialmente visto como uma opção menos prejudicial para fumadores adultos, está agora sob intensa investigação devido aos riscos que apresenta tanto para os jovens quanto para os adultos. A crescente aceitação dos dispositivos eletrônicos de fumo entre crianças e adolescentes tem gerado preocupação entre especialistas em saúde, autoridades e pais, especialmente em uma era em que os efeitos a longo prazo ainda são incertos.

Embora os vaporizadores possam auxiliar alguns adultos a abandonarem o tabaco, o uso excessivo traz à tona sérios problemas, como dependência e doenças respiratórias. A maior parte dos dispositivos contém nicotina, uma substância com alto potencial de causar vício. De acordo com o ‘IFLScience’, uma pesquisa publicada no ano passado revelou que o uso desses dispositivos afeta os pulmões dos jovens de maneira similar ao fumo convencional, reavivando o debate sobre os perigos associados.

Relatos de usuários mostram a gravidade das complicações. Nos Estados Unidos, um jovem de 23 anos, que fazia uso frequente de vaporizadores, foi hospitalizado com dores fortes no peito e diagnosticado com colapso pulmonar após a entrada de ar entre o pulmão e a parede torácica. Os médicos advertiram que a condição poderia se repetir, mesmo após ele deixar de usar o dispositivo, levando-o a decidir parar.

Incidentes de colapso pulmonar reforçam alertas

Outro relato envolve um homem de 24 anos que usava cigarros eletrônicos por quase dez anos, e que desmaiou após sentir uma dor aguda nas costas. Ele foi levado às pressas ao hospital, onde foi diagnosticado com pneumotórax espontâneo, e os exames mostraram um pulmão colapsado. O usuário expressou estar “verdadeiramente chocado”, ressaltando o impacto de enfrentar uma lesão pulmonar grave, mesmo com sua idade e saúde aparentemente boas.

Apesar dessas ocorrências, pesquisas indicam que os pulmões de adultos possuem alguma capacidade de se regenerar, embora o tempo de recuperação varie de pessoa para pessoa. Danos mais significativos, como cicatrizes ou fibrose, assim como condições como EVALI, podem resultar em consequências permanentes, dependendo da gravidade e duração da exposição, assim como fatores individuais.

Nos casos de EVALI, os sintomas incluem dificuldade respiratória, dor no peito, tosse e outros sinais respiratórios. A recuperação completa não é assegurada, e o prognóstico a longo prazo continua incerto, considerando que o uso de dispositivos eletrônicos de fumo é relativamente recente.

Consequências a longo prazo permanecem inexploradas

Andrew Freeman, da Universidade de Utah, lembrou que os efeitos totais do uso de vaporizadores ainda não são completamente conhecidos, ressaltando que os pulmões “não são adequados para a absorção de substâncias recreativas”. O avanço da pesquisa irá determinar até que ponto os riscos associados ao vaping podem ser reduzidos ou se um impacto mais grave sobre a saúde pública será confirmado.