A pitoresca aldeia de Póvoa Dão, situada a 14 quilómetros de Viseu e com raízes nas inquirições de D. Afonso anteriores a 1258, foi adquirida por 2.350.000 euros por um investidor de Lisboa, através de um leilão online organizado pela leiloeira Leilosoc, que confirmou a venda ao jornal Negócios. O leilão contou com cerca de vinte participantes, incluindo investidores da Alemanha, Brasil e Estados Unidos.

Póvoa Dão esteve praticamente desabitada desde a década de 70, até ser adquirida em 1995 pela construtora Ramos Catarino, que investiu aproximadamente 3,5 milhões de euros na restauração de 32 edifícios e da capela, mantendo a arquitetura original da região. A aldeia passou a contar com um restaurante, piscina, campo de ténis e áreas ajardinadas, tornando-se um destino turístico em 2004.

Problemas financeiros da Ramos Catarino resultaram em novo abandono. Entre 2013 e 2018, a empresa acionou Processos Especiais de Revitalização (PER) com o apoio do Banco Espírito Santo e do Novo Banco, enfrentou várias vendas e acabou adquirida pela Nacala Holdings, liderada por Gilberto Rodrigues, que também comanda o grupo Elevolution.

O leilão de Póvoa Dão incluiu 10 casas finalizadas, seis em fase de construção, um restaurante e um complexo desportivo. A competição final foi acirrada, com 72 propostas e lances sucessivos de 10 mil euros, até que a oferta mais alta chegou a 2,35 milhões de euros. O jornal Negócios salienta que a última hora do leilão foi agitada, com aumentos rápidos nos valores das propostas.

Com esta transação, a aldeia histórica de Póvoa Dão passou agora a ser de um investidor privado, abrindo possibilidades para nova revitalização e exploração turística, após décadas de abandono, restauro e dificuldades financeiras da construtora original. A venda evidencia o interesse internacional por propriedades históricas em Portugal, conforme reporta o jornal Negócios.