
A interpretação de Maduro sugere que a ameaça de uma invasão terrestre é, na verdade, um mero “blefe”, considerando a promessa de Trump durante as eleições de evitar o envolvimento dos Estados Unidos em conflitos armados. Apesar da pressão interna em sua administração, a opinião pública pode atuar como um fator moderador para uma intensificação das ações contra o regime chavista. O analista Stephen Collinson menciona ainda um elemento adicional que pode inibir Washington de atacar diretamente a Venezuela: a reação a nível nacional e internacional em resposta aos ataques a embarcações no mar do Caribe e no Pacífico Oriental. Especialmente o primeiro ataque, ocorrido em 2 de setembro, durante o qual se teria ordenado um segundo ataque que resultou na morte de dois sobreviventes, de acordo com informações do Washington Post na semana passada.
Esse segundo ataque teria sido realizado por uma ordem direta do secretário da Defesa, Pete Hegseth, para “eliminar todos”, conforme fontes com conhecimento dos fatos. Se confirmado, o ataque poderia ser considerado um crime de guerra, segundo o Direito Internacional Humanitário. As acusações e críticas têm atingido o Pentágono e, por extensão, a Casa Branca, o que pode enfraquecer a estratégia de Trump contra Maduro.
Nasry “Tito” Asfura, o candidato à presidência de Honduras apoiado por Donald Trump, é o atual líder do Partido Nacional das Honduras (PNH). Assumiu o cargo em 2022, após a extradição do ex-presidente, Juan Orlando Hernández, para os Estados Unidos, onde foi condenado por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Por volta de 2013 ou 2014, o então presidente hondurenho teria colaborado com gangues locais para “enfiar drogas pelo nariz acima dos gringos“, conforme suas próprias palavras, utilizando um termo pejorativo que os latino-americanos costumam empregar para referir-se aos americanos.
Uma década depois dessas declarações, JOH foi libertado na terça-feira. “De acordo com muitas pessoas que eu respeito muito, ele foi tratado de maneira bastante severa e injusta,” justificou o presidente norte-americano na semana passada ao anunciar o perdão. Na mesma declaração, expressou apoio a Asfura na corrida presidencial. Embora Asfura tenha agradecido o apoio, procurou se distanciar do seu antecessor, visto que o legado de JOH em Honduras é controverso.
Alguns cidadãos recordam os mandatos presidenciais de JOH como um período em que a vida “era melhor”. “Ele construía casas, os preços dos bens essenciais eram mais acessíveis, e o custo da gasolina [também]”, detalhou Jair Ávila ao Politico, que aos 20 anos votou pela primeira vez e escolheu Asfura por suas boas memórias a respeito de seu antecessor. Entretanto, apesar da percepção de alguns hondurenhos, o governo de JOH foi também caracterizado por “uma década de autoritarismo, que representa para uma grande parcela da população violência, repressão, controle das instituições, tráfico de drogas e a impunidade das forças de segurança“, lembrou Joaquin Meija, advogado e ativista hondurenho, em entrevista ao Le Monde. A longa permanência de Hernández no poder só foi viável devido à violação da constituição, que permite apenas um mandato.
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