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Esta flor exala odor de formigas em decomposição, e moscas não conseguem resistir a ela.

Ko Mochizuki, da Universidade de Tóquio, descobriu que Vincetoxicum nakaianum, uma espécie de planta nativa do Japão que foi descrita
Esta flor exala odor de formigas em decomposição, e moscas não conseguem resistir a ela.

Ko Mochizuki, da Universidade de Tóquio, descobriu que Vincetoxicum nakaianum, uma espécie de planta nativa do Japão que foi descrita pela primeira vez por Mochizuki e seus colaboradores há apenas um ano, imita o aroma de formigas atacadas por aranhas para atrair moscas que se alimentam desses insetos feridos, e ao mesmo tempo polinizam suas flores. Este é o primeiro registro de uma planta que simula o odor de formigas, o que revela que a diversidade da mimetização floral é maior do que se pensava anteriormente. Os resultados foram publicados na revista Current Biology.

O aroma de pão quentinho e recém-assado certamente já atraiu muitos clientes a entrarem numa padaria ao passarem por ela. As moscas da grama não são diferentes: elas também são atraídas pelo cheiro de seu “pão” diário, formigas feridas. Enquanto buscam por presas já machucadas, elas ajudam as flores de maneira significativa: fazem a polinização. Sendo as formigas uma das espécies mais comuns, e a mimetização de formigas tendo evoluído de forma independente em várias espécies de invertebrados, é razoável supor que as plantas poderiam também ter se adaptado para imitar formigas de alguma forma. No entanto, esses casos nunca haviam sido documentados.

“Eu estava trabalhando em outro projeto de pesquisa,” diz Ko Mochizuki, “e originalmente coletei esta espécie apenas como uma ‘referência’ para comparação. Por acaso, notei moscas chloropid se reunindo em torno de suas flores no viveiro dos Jardins Botânicos Koishikawa, e percebi imediatamente que as flores poderiam estar imitando insetos mortos.”

Essa percepção foi resultado de uma série de experiências até então desconexas. A participação dele em um curso intensivo em 2019 o ajudou a identificar a espécie de mosca que cercava a flor. Além disso, ele estava familiarizado com estudos anteriores que descreviam plantas polinizadas por moscas chloropid emitindo odores semelhantes aos de insetos.

Seguindo sua intuição, Mochizuki começou a observar meticulosamente os visitantes das flores e comparar os odores liberados por elas com aqueles de vários tipos de insetos. Ele descobriu que o cheiro de formigas sendo atacadas por aranhas era o que mais se aproximava. Contudo, sua hipótese de mimetização de formigas estava em uma base instável: não havia publicações oficiais sobre moscas chloropid, ou outras moscas similares, tendo como alvo formigas caçadas e feridas por outros animais, como aranhas. Assim, Mochizuki recorreu às redes sociais em busca de evidências mais inusitadas. Foi lá que encontrou muitos naturalistas amadores documentando o que ele suspeitava: formigas atacadas por aranhas, que atraíam moscas kleptoparasitas (organismos que roubam alimento de outros). Isso deu a ele confiança para testar a hipótese de forma comportamental e confirmar se as moscas chloropid eram, de fato, mais atraídas pelo cheiro de formigas atacadas por aranhas do que por outros odores.

“Aquele momento, ao ver as moscas nas flores, foi realmente uma inspiração,” recorda Mochizuki, “uma hipótese tomando forma de repente. Essa experiência me ensinou que descobertas inesperadas muitas vezes surgem de uma combinação de preparação e acaso.”

Falando em preparação… Mochizuki já está se preparando para o próximo projeto.

“Gostaria de investigar o pano de fundo evolutivo da mimetização de formigas, comparando os sistemas de polinização, a história evolutiva e a composição genética de Vincetoxicum nakaianum e seus parentes próximos. Além disso, como este estudo sugere que muitas formas de mimetização floral podem permanecer ocultas, pretendo explorar outras espécies, tanto dentro do gênero Vincetoxicum quanto em grupos de plantas não relacionados, para descobrir mais exemplos de potencial mimetismo.”

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