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Falta de indivíduos masculinos globalmente: Portugal segue a norma, com uma particularidade no território nacional.

Lyuba, com 67 anos, mantém a tradição de colocar dois pratos na mesa todas as noites — um ato de
Falta de indivíduos masculinos globalmente: Portugal segue a norma, com uma particularidade no território nacional.

Lyuba, com 67 anos, mantém a tradição de colocar dois pratos na mesa todas as noites — um ato de amor que persiste mesmo após a perda do marido há quatro anos. Após ser viúva duas vezes, ela se dedica a cuidar de seus netos, trabalha constantemente e evita ficar sozinha em casa. Sua narrativa representa uma realidade demográfica mais abrangente em toda a Europa: as mulheres têm maior longevidade em relação aos homens.

Conforme reportado pelo ‘El Confidencial’, embora haja ligeiramente mais meninos do que meninas ao nascer, essa proporção se inverte ao longo da vida. Pesquisas da Organização Mundial da Saúde e da plataforma ‘PLOS CB’ indicam que com o passar do tempo, as mulheres superam os homens em sobrevivência e acabam constituindo a maior parte da população idosa. Dados do Eurostat corroboram essa tendência: em 2024, na União Europeia, havia 229 milhões de mulheres em comparação com 220 milhões de homens — aproximadamente 104 mulheres para cada 100 homens.

Entre 2004 e 2024, essa proporção apresentou flutuações: aumentou em sete países e diminuiu em 20. O crescimento mais significativo foi na Bulgária — o país natal de Lyuba — onde a razão passou de 105,3 para 108,1 mulheres a cada 100 homens. Em contrapartida, Malta observou a maior redução, de 101,9 para 88,6.

Na Bulgária, de acordo com o ‘El Confidencial’, os homens predominam numericamente até os 55 anos. Após essa idade, a expectativa de vida feminina de 79,3 anos ultrapassa a masculina de 71,9 anos, gerando um notável desnível. A longevidade é, de fato, apontada como a principal razão para essa desigualdade: em média, as mulheres da Europa vivem 5,3 anos a mais que os homens (84 anos contra 78,7).

No entanto, a longevidade não é o único fator que contribui para essa assimetria demográfica. A migração também exerce um papel crucial. Desde 2012, o número de falecimentos na UE superou o de nascimentos e, em 2024, a taxa natural de crescimento populacional foi negativa.

Alguns países atraem essencialmente homens jovens imigrantes em busca de trabalho. O artigo menciona nações como Malta, Islândia, Noruega, Suécia, Eslovénia e Kosovo. Esses movimentos aumentam a população masculina ativa nos destinos, enquanto nos países de origem — muitos deles com uma maior quantidade de mulheres idosas — o desnível demográfico se intensifica.

Conforme Andreu Domingo, vice-diretor do Centro de Estudos Demográficos, a migração feminina, embora em menor volume, tem um impacto singular: amplia o “mercado matrimonial” nos países onde se estabelecem, especialmente quando constroem famílias, o que, por sua vez, intensifica o envelhecimento populacional nas nações de onde partiram.

Os países bálticos são particularmente destacados por esse desequilíbrio: na Lituânia, existem apenas 86 homens para cada 100 mulheres, e a Letônia também apresenta uma das maiores discrepâncias da Europa.

E quanto a Portugal?

Portugal reflete parte dessa tendência. De acordo com dados da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, cerca de 52,3% da população residente é do sexo feminino. Essa predominância torna-se ainda mais evidente nos grupos etários mais velhos, similar ao que ocorre em outros países europeus.

No caso da Área Metropolitana de Lisboa, por exemplo, a taxa de homens é de 47,1%, ligeiramente inferior à da Área Metropolitana do Porto, que é de 47,6%. O único local do país com uma maior proporção de homens é o Alentejo Litoral, onde essa taxa alcança 51,4%.

Simultaneamente, a discrepância na expectativa de vida entre gêneros tende a aumentar com a idade, contribuindo para um aumento no número de mulheres idosas que vivem sozinhas — um aspecto que acentua a solidão desigual na terceira idade.

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