
A IL criticou hoje o Governo por “oportunismo político” ao “postergar o uso de recursos para combate”, enquanto o CDS-PP solicitou à justiça que não minimize o crime de incêndio florestal e que alinhe suas ações com as decisões políticas.
Durante uma intervenção no debate na Comissão Permanente da Assembleia da República sobre a situação dos incêndios, a presidente da IL, Mariana Leitão, argumentou que o país enfrenta hoje “as consequências de três falhas” relacionadas ao “inércia” na proteção das florestas, à “reação tardia” sem “realizar antes as ações de prevenção” e ao “oportunismo político” por “postergar o uso de recursos de combate”.
Mariana Leitão questionou o primeiro-ministro se “será necessário mais relatórios técnicos para entender o óbvio”, insistindo que a “legislação florestal está em desordem e precisa ser simplificada e consolidada”.
“Se você ainda está aguardando outro relatório para perceber isso, permita-me dizer que o problema não é a floresta, mas a sua falta de decisão”, disparou.
A líder liberal observou também que “muito pouco foi feito” em relação às recomendações dos especialistas após os incêndios de 2017, solicitando ao primeiro-ministro “mais ações” e não “mais planos que fiquem guardados nas gavetas”.
“É hora de romper com anos de propaganda e assumir a responsabilidade pela execução. A floresta não pode mais esperar, as comunidades não podem mais esperar e o país não pode mais esperar. Não basta apenas lidar com a emergência, é preciso administrar o território. Não é apenas apagar incêndios, mas também prevenir tragédias”, reiterou.
João Almeida, deputado do CDS-PP, pediu ao sistema judiciário e ao Ministério Público que não subestimem o crime de incêndio florestal, ressaltando que a pena para esse delito é elevada e que, por decisão política, foi várias vezes colocado como “prioridade em relação à atuação da justiça”.
“Não cabe apenas aos políticos tomar essas medidas; a justiça também deve ser coerente com as decisões tomadas pelos políticos e esse crime não pode ser minimizado”, defendeu.
O centrista apoiou o Governo em resposta às críticas sobre a falta de propostas para os bombeiros, argumentando que se trata de uma questão estrutural, presente no programa do Governo, e que as propostas aprovadas em um Conselho de Ministros extraordinário foram excepcionais.
João Almeida também afirmou que “é falso o que está sendo dito sobre a área queimada este ano”, pois os dados e as comparações devem ser feitas apenas no final do ano e não neste momento.
“Não é em um dia específico afirmar ‘até esta data, queimaram-se 10 mil hectares a mais do que em 2017’. Vamos fazer as contas no final, faremos as contas no final”, acrescentou.
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