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Golfinhos do Atlântico estão morrendo muito mais cedo. Especialistas soam o alerta.

Os golfinhos-comuns, que são um dos mamíferos marinhos mais abundantes do planeta, estão vivendo vidas significativamente mais curtas no Atlântico
Golfinhos do Atlântico estão morrendo muito mais cedo. Especialistas soam o alerta.

Os golfinhos-comuns, que são um dos mamíferos marinhos mais abundantes do planeta, estão vivendo vidas significativamente mais curtas no Atlântico Norte. Um novo estudo publicado em 10 de outubro na revista Conservation Letters revela que sua expectativa de vida caiu drasticamente nas últimas décadas.

Pesquisadores da Universidade do Colorado Boulder descobriram que as fêmeas de golfinhos-comuns estão vivendo, em média, sete anos a menos em comparação com 1997. A equipe alerta que essa diminuição não ameaça apenas a espécie, mas também os ecossistemas marinhos que ela ajuda a sustentar.

“Há uma necessidade urgente de gerenciar melhor a população”, afirmou Etienne Rouby, pesquisador de pós-doutorado no Instituto de Pesquisa Ártica e Alpina (INSTAAR). “Caso contrário, corremos o risco de declínio e, em última análise, extinção.”

Golfinhos da Baía de Biscay

Aproximadamente 6 milhões de golfinhos-comuns habitam águas tropicais e temperadas ao redor do mundo, tornando-os os membros mais numerosos da família dos cetáceos, que inclui baleias e marsuínos. Um dos principais locais de encontro deles durante o inverno é a Baía de Biscay, na costa da França, onde as águas ricas em nutrientes atraem anchovas, sardinhas e outros peixes pequenos que servem como alimento para os golfinhos.

No entanto, essa mesma região é uma das áreas de pesca mais movimentadas da Europa. Embora os golfinhos não sejam a captura intencional, muitos se tornam vítimas acidentais das operações pesqueiras. Conhecido como “captura acidental”, esse fenômeno causa a morte de milhares de golfinhos todos os anos. Somente em 2021, estima-se que a captura acidental tenha matado aproximadamente 6.900 golfinhos de uma população de inverno de 180.000 na baía.

Apesar desses números, pesquisas anteriores sugeriram que as contagens de golfinhos na área estavam estáveis.

Uma Nova Abordagem para Medir o Declínio

Métodos tradicionais de monitoramento dependem da contagem de golfinhos avistados de navios ou aeronaves. Devido ao movimento constante dos animais, essas pesquisas podem deixar de detectar mudanças na população até que se tornem severas. Para espécies como os golfinhos, que se reproduzem lentamente e vivem por décadas, esse atraso pode dificultar gravemente a recuperação uma vez que o declínio se torna visível, explicou Rouby.

Para acompanhar melhor as tendências de sobrevivência, a equipe de pesquisa utilizou uma abordagem diferente ao examinar golfinhos encalhados que lavaram na Baía de Biscay. Os golfinhos geralmente encalham quando estão doentes, feridos ou desorientados, e a maioria não sobrevive. Embora os animais encalhados representem apenas cerca de 10% do total de mortes, suas condições ao longo do tempo podem revelar padrões importantes na saúde populacional.

Os pesquisadores analisaram 759 golfinhos-comuns encontrados entre 1997 e 2019.

“Queríamos capturar as mudanças nas taxas de sobrevivência e fertilidade da população. Esses são indicadores mais sensíveis da saúde populacional, e nos permitem identificar os problemas antes que se tornem irreversíveis”, disse Rouby.

Provas nas Dentes

Ao estudar as camadas de crescimento nos dentes dos golfinhos, os cientistas determinaram as idades em que os animais morreram. Os resultados mostraram que a expectativa média de vida das fêmeas na Baía de Biscay caiu de 24 anos no final da década de 1990 para apenas 17 anos em 2019. Essa diminuição também resultou em menos filhotes sendo nascidos, sinalizando um amplo declínio reprodutivo.

O estudo constatou que o crescimento populacional diminuiu em 2,4% desde 1997. Em condições ideais, os números de golfinhos-comuns podem crescer cerca de 4% por ano, o que significa que o crescimento em 2019 foi provavelmente apenas em torno de 1,6%.

“Os números provavelmente são ainda mais baixos na realidade”, disse Rouby. Ele alertou que, se essa tendência continuar, o crescimento poderá eventualmente se tornar negativo, marcando o início de um declínio populacional geral.

Mudanças de Políticas e Ações Futuras

A partir de 2024, o governo francês implementou uma proibição de pesca anual de um mês na Baía de Biscay em janeiro para proteger os golfinhos. Embora os relatos iniciais mostrem que a medida pode estar ajudando, Rouby sugeriu que ajustar o timing da proibição com base nos padrões de migração dos golfinhos poderia torná-la mais eficaz. Como os golfinhos nem sempre chegam na mesma época a cada ano, alinhar o fechamento a seus movimentos ofereceria uma melhor proteção.

Outros cetáceos do Atlântico Norte, incluindo marsuínos e golfinhos-nariz-de-garrafa, podem estar enfrentando pressões semelhantes. Compreender esses padrões pode ajudar a fortalecer políticas de proteção marinha, como a Lei de Proteção dos Mamíferos Marinhos dos EUA e a Diretiva de Estratégia Marinha da Europa.

Por que os Golfinhos São Importantes

“Os golfinhos são os principais predadores na Baía de Biscay e desempenham um papel muito importante no ecossistema”, explicou Rouby. “Sem esses predadores, as populações de peixes poderiam se tornar descontroladas, e elas, por sua vez, consumiriam muita plankton e vegetação até que o sistema entrasse em colapso.”

Ele enfatizou a necessidade de ações rápidas e informadas. “Como humanos, devemos tomar decisões conscientes para proteger os seres vivos e não-vivos ao nosso redor. Diante de evidências de perda de viabilidade, precisamos agir antes que seja tarde demais.”

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