
A iniciativa contempla formações e a criação de canais de apoio acessíveis para as vítimas
Lisboa, 26 de novembro de 2025 (Ecclesia) – O Grupo VITA, entidade responsável por acompanhar casos de violência sexual na Igreja Católica em Portugal, deu início ao projeto “Igreja+Segura”, que busca estabelecer “ambientes seguros e confiáveis” por meio de um sistema de certificação em duas etapas.
O novo programa é estruturado de forma progressiva, dividindo-se em uma fase inicial de adesão e comprometimento e uma fase subsequente de auditoria e certificação, visando assegurar a “credibilidade” e a “implementação verdadeira” de medidas de segurança.
Na fase inicial, chamada “Rede Igreja+Segura”, as instituições religiosas expressam publicamente o desejo de participar do projeto, assinando uma “Carta de Princípios” que contém compromissos fundamentais de prevenção, escuta, transparência e apoio.
“Lisam com o cartaz “Igreja+Segura” como uma manifestação visível desse compromisso inicial”, esclarece o Grupo VITA, informando que essa etapa inclui a participação obrigatória em formações e a criação de canais de escuta acessíveis para as vítimas.
A fase dois, que concede o “Selo Protetor Igreja+Segura”, impõe um nível mais elevado de exigência: as instituições passarão por um “processo de auditoria independente” para assegurar que os compromissos estão sendo efetivamente cumpridos.
Essa avaliação externa contará com a participação do Grupo VITA, profissionais independentes de várias áreas e, de modo relevante, “representantes de vítimas e sobreviventes”, garantindo medidas para evitar a revitimização.
“Apenas então recebem o Selo Protetor Igreja+Segura, que autentica de maneira confiável e pública a realização dos compromissos assumidos”, afirma a nota introdutória, acrescentando que essa distinção terá validade por dois anos, sujeita a renovação.
Para obter o selo, as organizações deverão atender a uma série de requisitos obrigatórios, incluindo formação completada, protocolos em vigor e acompanhamento das vítimas.
O Grupo VITA ressalta que essa metodologia proporciona “clareza”, ao diferenciar a intenção da prática verificada, e possibilita a “progressividade”, permitindo que todas as estruturas se integrem ao movimento de proteção, independentemente de sua situação inicial.
“Este projeto está em conformidade com as mais recentes orientações da Comissão Pontifícia para Proteção de Menores e busca incentivar ambientes seguros e de confiança nas instituições da Igreja”, menciona um comunicado de Rute Agulhas, coordenadora do VITA.
Este lançamento ocorre após outras iniciativas recentes da entidade: em 21 de outubro, foi divulgado o projeto ‘Sobre.VIVER’, voltado para dar voz às vítimas, e em 30 de setembro foram lançados programas de prevenção primária para crianças, focando no ambiente digital.
O Grupo VITA, que apoia casos de abusos sexuais na Igreja Católica, em conjunto com a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), promoverá nesta quinta-feira, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima, um congresso internacional com o tema ‘Da Reflexão à Ação: O Papel da Igreja Católica na Prevenção e Resposta à Violência Sexual’.
OC
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