
«As melodias estão prontas para serem espalhadas e podem servir como uma excelente forma de abrir uma porta para este magnífico espaço de expressão que são os clássicos» – Padre Miguel Pedro Melo
Lisboa, 30 de agosto de 2025 (Ecclesia) – O grupo Zipoli, formado por 25 músicos sob a liderança do padre Miguel Pedro Melo, irá realizar um concerto no dia 3 de setembro, às 21h00, no Auditório Camões em Lisboa, onde apresentarão 12 canções do álbum ‘Livro Arbítrio’ e “fazer uma provocação/convite à leitura”.
“Meu desejo é que algumas pessoas, ao final do concerto, digam ‘eu gostaria de ler isto’. Se conseguirmos que as pessoas deixem o evento com o desejo de ler qualquer livro, mesmo que seja a carta do Papa Francisco sobre a importância da literatura, que pode ser lida em uma hora, mas que ao menos acenda um desejo de leitura para nutrir o coração e as atitudes, isso seria uma grande satisfação e um resultado significativo”, comentou o sacerdote, compositor e cantor, em uma entrevista à Agência ECCLESIA.
Este novo projeto musical vinculado aos Jesuítas em Portugal busca “fomentar a leitura” e enfrentar “a crise de comunicação que afeta as gerações mais jovens”, que frequentemente encontram dificuldades para expressar-se e “buscar uma linguagem que de algum modo os consolar”, possibilitando que se sintam à vontade ao falarem sobre si mesmos, desafio que possui inúmeras causas.
“É precisamente nessa área que desejamos contribuir com a nossa música, criando um espaço de comunicação e uma cultura mais acessível. As melodias estão ao nosso alcance e, sem dúvida, podem ser uma forma eficaz de abrir janelas para a rica linguagem dos clássicos literários, e outros livros que têm muito a ensinar e podem também preparar o coração para diálogos mais profundos, onde a fé pode encontrar seu lugar”, explicou.
O padre jesuíta Miguel Melo destacou que o Papa Francisco teve um papel “muito importante” nesse processo, por meio de sua carta ‘A Importância da Leitura na Educação’, publicada em 4 de agosto de 2024, pois ele também os “validou nessa intuição”.
O álbum ‘Livro Arbítrio’, do grupo Zipoli, consiste em 12 canções, “a maioria das quais” começaram a ser compostas quando o sacerdote estava estudando Teologia desde 2017, numa disciplina chamada ‘Literatura e Teologia’ que o impactou ao descobrir a beleza das obras, visto que elas contêm “uma profundidade” que permite encarar a vida, “digerir as experiências” ao se conectar com os dramas e esperanças mais fundamentais da condição humana, mas apresentadas de forma narrativa, evitando discursos que podem soar moralistas.
“A partir daí, comecei a criar músicas para meu próprio prazer, sem a intenção de publicar, começando com a canção sobre o ‘Dom Quixote’ e a ‘Divina Comédia’, que estarão no álbum. Após essas primeiras tentativas, mostrei para amigos, tanto jesuítas quanto não, e fui desafiado a avançar para um passo maior, a publicação e gravação dessas canções, que até então não levava tão a sério, até que li a carta do Papa Francisco”, acrescentou.

No cerne do novo álbum musical – ‘Livro Arbítrio’ – estão “as grandes obras”, quase como se o álbum fosse um livro; a primeira canção, intitulada ‘Ler é ser lido’, composta em 2005, foi também o primeiro single liberado, no dia 15 de agosto, e serve como uma espécie de prefácio: “É a vivência de que ao ler, e ao nos deixar tocar, também estamos sendo lidos, contagiados por imagens e categorias que nos ajudam a refletir sobre nossas próprias vivências”.
‘Livro Arbítrio’, “o nome surgiu numa conversa descontraída” enquanto decidíamos entre várias opções que pareciam “complicadas”, pois uma das ideias mais centrais que guiou o álbum foi que “quando alguém não consegue expressar claramente suas vivências, a indecisão se torna mais pronunciada”, levando à noção de que “os livros favorecem o exercício da liberdade”.
As 12 canções do álbum ‘Livro Arbítrio’ serão apresentadas durante o concerto de lançamento no dia 3 de setembro, às 21h00, no Auditório Camões, em Lisboa, e o padre Miguel Pedro Melo espera que todos se divirtam “muito”, de “tocar bem, não apenas em termos técnicos”, mas também para que as pessoas compreendam que “este projeto nasceu de vínculos de amizade e verdadeira harmonia entre os músicos”.
“O foco está em comunicar o anseio que inspirou o próprio álbum, pois a música, em essência, possui uma intenção subjacente que é, por meio dela, provocar/convidar à leitura”, acrescentou o compositor.
CB/PR
![]() ‘Zipoli’ é composto por 25 músicos ligados aos Jesuítas, e o padre Miguel Pedro Melo ressalta que essa “é uma das partes mais bonitas deste projeto”, pois todos compartilham laços de amizade; alguns tocaram junto do padre Duarte Rosado, também da Companhia de Jesus, que fez parte do lançamento de seu álbum ‘Um grito chamado Isaías’ e na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, enquanto outros ele conheceu em suas atividades como assistente espiritual no campo de férias ‘Cantil’, nos centros universitários, e durante os exercícios espirituais. “É emocionante perceber que tudo isso surgiu de conexões muito pastorais, o que também traz uma afinidade especial, pois nesses ambientes muitas vezes surgem conversas que vão além do superficial, promovendo um vínculo profundo, especialmente por meio da música”, continuou, reforçando a importância do trabalho da equipe de comunicação e design no projeto. O novo nome do projeto musical é em homenagem a Domenico Zipoli, um compositor italiano do século XVII, “um músico notável na Europa de sua época”, que foi recrutado pelos jesuítas para atuar como organista da igreja do Gesù, em Roma, e que entrou na Companhia de Jesus, sendo enviado para as missões nas ‘Reduções Jesuítas do Paraguai’ e na Argentina, onde “faleceu antes de ser ordenado”. “A conexão com a Companhia de Jesus, o desejo de traduzir uma linguagem musical que dialogue com uma cultura específica e a intenção de elevar, são elementos que nos atraem fortemente para honrar a história deste patrono. Além disso, Zipoli soa muito bem como nome de banda”, ponderou o sacerdote. ![]() O padre Miguel Pedro Melo completou sua terceira provação, um período “de aprofundamento da espiritualidade, carisma e missão da Companhia de Jesus”, de seis meses no Quênia, e irá assumir o cargo de vice-diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa (RMOP), uma obra pontifícia que abrange o Apostolado da Oração e o Movimento Eucarístico Juvenil em Roma, onde já organizou suas coisas em junho, “para iniciar a nova fase de missão”. “O trabalho envolve uma parte administrativa, focando na vida do Apostolado de Oração, especialmente do Movimento Eucarístico Juvenil, presente em 90 países, buscando ajudar e facilitar questões que dizem respeito a relações institucionais com conferências episcopais e o contato com diretores nacionais; mas também possui um aspecto pastoral, acompanhando equipes a nível nacional, suas atividades e experiências”, concluiu. Últimas postagensVocê Também Pode Gostar Todas as manchetes e destaques do dia do radiocMadeira.pt, entregues diretamente para você. Change the color of the background to the green indicated previously and make it occupy all the screen widely. PRINCIPAIS NOTÍCIAS© 2025 radiocmadeira. Todos os direitos reservados |