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O aspirante à presidência André Ventura foi abordado nesta terça-feira por imigrantes durante sua visita ao shopping Babilónia, na Amadora, declarando que se opõe apenas àqueles que entram no país de forma irregular.

“Poder-se-ia afirmar que todos os imigrantes estão contra André Ventura e sua candidatura. Isso não é verdade. Os imigrantes legais, que desejam a ordem e reconhecem que o país necessita de regras, estão do nosso lado. E isso, aqui na Amadora, ficou claro”, disse Ventura a jornalistas, na entrada do centro comercial, antes de ser interceptado por três imigrantes.

Os três imigrantes, provenientes de Cabo Verde, Brasil e Paquistão, solicitaram ao candidato que moderasse suas declarações sobre imigração, enquanto o líder do Chega defendeu a importância de que aqueles que chegam a Portugal, “sejam cabo-verdianos, brasileiros ou imigrantes do Bangladesh ou Nepal”, respeitem as normas.

“Quem vem com a intenção de cumprir quer regras, condições e deseja um país ordenado, e não um país desregulado e caótico”, argumentou.

Ventura reiterou sua reprovação “àqueles que imigram de maneira ilegal”, assim como “àqueles que se aproveitam da exploração” desses imigrantes, incluindo “autoridades, políticos e empresários”.

“Não hesitamos em estar aqui. Os imigrantes sabem que almejamos normas para todos. Estamos contra a exploração e a imigração irregular, que deve ser feita legalmente, e também nos opomos àqueles que dependem de benefícios sociais. As pessoas compreendem esta mensagem clara”, enfatizou.

“Creio que os próprios imigrantes que trabalham, possuem seus negócios e suas ocupações, são os primeiros a afirmar ‘quero que quem chega respeite as regras, cumpra a lei e não venha depender de subsídios’”, completou.

Antes das interações na entrada do Babilónia, onde na última sexta-feira a polícia identificou duas pessoas com ordens de expulsão do espaço Schengen durante uma operação de fiscalização, Ventura foi abordado por diversos imigrantes que apoiam sua candidatura, afirmando até que duvidava que outros colegas na Europa visitassem uma área como a que esteve e recebesse o mesmo acolhimento.

“Não são os imigrantes que estão contra nós, mas sim aqueles que estão em situação irregular, que não têm documentos, que se opõem a nós”, reiterou.

As eleições presidenciais estão agendadas para 18 de janeiro de 2026.

Essa será a 12ª vez (incluindo as duas voltas das eleições de 1986) que os portugueses serão convocados, desde 1976, a eleger o Presidente da República em um regime democrático.

Além de André Ventura (apoiado pelo Chega), apresentaram suas candidaturas para as eleições presidenciais, entre outros, António Filipe (com suporte do PCP), António José Seguro (com apoio do PS), Catarina Martins (com respaldo do BE), João Cotrim Figueiredo (apoiado pela Iniciativa Liberal), Jorge Pinto (com apoio do Livre) e Luís Marques Mendes (com o apoio do PSD) e Henrique Gouveia e Melo.

Conforme o portal da candidatura do Ministério da Administração Interna, mais de 31 cidadãos estão recolhendo assinaturas para uma candidatura à presidência.