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Indústria têxtil solicita auxílios ao ‘suspensão’ e à capacitação para prevenir novos fechamentos

A Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal (ATP) expressa preocupação diante das dificuldades enfrentadas pelo setor devido à diminuição
Indústria têxtil solicita auxílios ao ‘suspensão’ e à capacitação para prevenir novos fechamentos

A Associação Têxtil e de Vestuário de Portugal (ATP) expressa preocupação diante das dificuldades enfrentadas pelo setor devido à diminuição da procura. A associação alerta que, se não forem implementadas medidas como o ‘lay-off’ simplificado e apoio à formação, muitas “empresas viáveis” poderão encerrar suas atividades.

“É necessário instaurar algum tipo de medidas que auxilie as empresas que são viáveis e que têm bom desempenho para que consigam atravessar esta fase”, declarou Ana Dinis, diretora-geral da ATP, em entrevista à Lusa.

Sugerindo a reintrodução do ‘lay-off’ simplificado e dos programas de capacitação em ambiente de trabalho, a representante destacou: “Devemos oferecer suporte às empresas por meio de iniciativas que ajudem na gestão financeira e na liquidez”.

Sobre “outras estratégias, como as linhas de crédito”, Ana Dinis mencionou que “não trarão solução”, pois “as empresas que estão em dificuldade não vão se endividar ainda mais e realizar novos investimentos”.

“Existem algumas empresas – e não estou afirmando que todas [as que fecharam recentemente] estavam nessa situação – que estavam bem estabelecidas e investiram fortemente em sustentabilidade e digitalização. Agora, com a redução da procura, está complicado honrar esses investimentos, que foram financiados através de empréstimos e estão enfrentando sérias dificuldades para cumprir com suas obrigações financeiras”, comentou.

Afirmando que “empresas bem organizadas e competentes estão em risco, e não aquelas que não têm relevância”, a dirigente da ATP enfatiza que “os investimentos significativos realizados devem ser pagos, mas com a queda da procura e a escassez de receita, a situação se torna insustentável”.

Ela explicou que todo o setor têxtil europeu está passando por um “acúmulo de fatores que estão afetando negativamente as condições de operação da indústria”, incluindo inflação, aumento das taxas de juros e a ascensão das plataformas de ‘ultra fast fashion’, que têm exercido forte pressão sobre a procura.

“Desde o ano passado estamos alertando sobre essa questão e as tarifas impostas pelos EUA [durante a administração de Donald Trump] também não contribuíram em nada para a melhora”, ressaltou.

Ana Dinis, ao destacar que, em nível europeu, toda a indústria “está sentindo exatamente a mesma pressão”, alertou que é “imperativo que a Comissão Europeia e o Parlamento adotem medidas”.

“A questão da ‘ultra fast fashion’ está gerando um impacto colossal, tanto na indústria quanto no comércio tradicional, incluindo o comércio de rua. Dentro da União Europeia [UE], já estamos discutindo esse assunto há dois anos, mas até agora não houve progressos significativos”, lamentou.

Além disso, o acordo recente com os EUA para a aplicação de tarifas de 15% nas exportações europeias “também irá impactar”, visto que alguns produtos têxteis eram anteriormente taxados a uma taxa inferior.

“Não podemos afirmar que a situação atual se deve exclusivamente a isso, mas é certo que muitos operadores, diante da incerteza sobre o que aconteceria, atrasaram ou reduziram suas encomendas, o que também exerce uma influência no mercado”, esclareceu a diretora-geral da ATP.

Por outro lado, antes de chegar a um acordo com a UE, “os EUA impuseram tarifas ainda maiores a várias origens que consideram mais penalizadoras do que a Europa”, especialmente em relação a produtos da China e de outros países asiáticos, levando-os a redirecionar suas vendas para a Europa e saturando o mercado com produtos “frequentemente fabricados em condições de concorrência desleal”.

Mostrando-se “preocupada” com o desenrolar da situação nos meses seguintes, especialmente devido à “falta de ação tanto dos Estados-membros quanto das instituições comunitárias”, Ana Dinis alerta que os postos de trabalho já perdidos poderão ser apenas o início, “se nada for feito”.

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