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Investigação genética em pequenos mamíferos revela imunidade a venenos para roedores

No contexto de um serviço encomendado pelo Departamento de Espaços Verdes e Ação Climática da Câmara Municipal do Funchal ao
Investigação genética em pequenos mamíferos revela imunidade a venenos para roedores

No contexto de um serviço encomendado pelo Departamento de Espaços Verdes e Ação Climática da Câmara Municipal do Funchal ao Laboratório de Genética Humana da Universidade da Madeira, foi realizado um estudo para identificar variantes genéticas ligadas à resistência a rodenticidas, em populações de roedores do concelho do Funchal.

A crescente população de roedores em áreas urbanas nos últimos anos tem gerado preocupações tanto entre as autoridades quanto entre os cidadãos, devido aos riscos que representam para a saúde pública, aos danos que causam nas infraestruturas, e ao impacto econômico e ambiental significativo.

Utilizando técnicas moleculares, foram investigadas variantes no gene vkorc1 – alvo dos rodenticidas que inibem a vitamina K – em cerca de 100 roedores provenientes de 12 locais e infraestruturas geridas pela autarquia, tanto em ambientes urbanos como periurbanos.

Entre os 46 ratos domésticos (Mus musculus domesticus) coletados em quatro áreas urbanas, 90% apresentam variantes genéticas relacionadas à resistência moderada ou elevada a rodenticidas de primeira ou segunda geração (como a varfarina, a bromadialona e o difenacoum), alcançando 100% de resistência em espécimes de duas áreas urbanas localizadas nas freguesias de Santo António e Imaculado Coração de Maria. Além disso, 17% desses indivíduos possuem genótipos que podem ser resistentes a rodenticidas mais eficazes, como o brodifacoum e a difetialona, indicando a possibilidade de evolução de resistência.

Na zona periurbana do Parque Ecológico do Funchal, que serve como controle pelo uso não regular de rodenticidas, a incidência de variantes de resistência foi significativamente menor (21,4%).

Nas populações de ratazanas-castanhas (Rattus norvegicus) e ratazanas-pretas (Rattus rattus), não foram encontradas variantes de resistência no gene em questão. Contudo, os pesquisadores alertam que a ausência de variantes conhecidas não elimina a possibilidade de resistência por meio de outros mecanismos genéticos ou fisiológicos ainda não compreendidos.

Para a vereadora responsável pelo Ambiente, Nádia Coelho, “este estudo constitui uma ferramenta crucial para uma gestão mais eficiente e sustentável das pragas urbanas, especificamente no que diz respeito aos roedores. Ele nos permite implementar estratégias fundamentadas em evidências científicas, promovendo uma utilização mais consciente dos rodenticidas, ao mesmo tempo que protege a saúde pública e mantém o equilíbrio dos ecossistemas urbanos.”

Estes achados reforçam a importância de se adotarem estratégias integradas de controle das populações de roedores, alternando métodos físicos e de exclusão, com um uso criterioso de compostos químicos, em conjunto com monitoramento genético regular. A abordagem multidisciplinar é, portanto, essencial para evitar o avanço das resistências, minimizar o uso de rodenticidas pouco eficazes e reduzir os impactos ecológicos desses produtos.

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