O Kremlin declarou que os russos que foram expulsos da Letônia devido ao apertar das normas de imigração são bem-vindos de volta à Rússia, recebendo apoio governamental para se “reestabelecer e adaptar” no país.

De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, os cidadãos afetados têm a oportunidade de retornar à sua terra natal e recomeçar suas vidas em solo russo. “Se são cidadãos russos … podem voltar à sua Pátria, à Rússia. E construir uma nova vida aqui”, afirmou Peskov em declarações à mídia nesta segunda-feira.

A afirmação foi feita após a divulgação, na semana passada, de que as autoridades letãs haviam ordenado a saída de 841 russos até 13 de outubro. Os indivíduos expulsos não conseguiram demonstrar domínio da língua letã, passar por um controle de segurança ou solicitar o status de residência de longo prazo dentro do prazo estabelecido.

A saída obrigatória desses cidadãos é interpretada por Moscovo como um indício da hostilidade da Europa, especialmente dos países bálticos, em relação à Rússia e seus cidadãos, em um cenário de tensões geopolíticas.

Nesta mesma segunda-feira, Irina Volk, porta-voz do Ministério do Interior da Rússia, destacou que as autoridades russas elaboraram “um conjunto de ações” para auxiliar os cidadãos expulsos a “se estabelecer e se adaptar”. “Após chegarem à Rússia, receberão apoio total”, escreveu Volk em um post no Telegram. Entretanto, o ministério não forneceu informações detalhadas sobre a natureza específica do apoio que será oferecido.

Essas expulsões fazem parte de uma estratégia mais ampla da Letônia, que intensificou suas regras para cidadãos russos após a invasão em larga escala da Rússia à Ucrânia, em 2022. Madara Puķe, responsável pela comunicação do Gabinete de Cidadania e Migração da Letônia (OCMA), mencionou que cerca de 30.000 russos foram impactados pelas novas diretrizes. Dentre eles, aproximadamente 2.600 já deixaram o país de forma voluntária.

Esse incidente aumenta a pressão sobre os cidadãos russos na região báltica e evidencia a postura do Kremlin em tratar a expulsão como um ato de agressão externa, ao mesmo tempo que se compromete a oferecer apoio efetivo aos cidadãos que retornam.