A diretora executiva da Meo enfatizou hoje a necessidade de desvincular o setor de regulamentos ultrapassados, afirmando que isso proporcionará uma maior oportunidade para atrair investimentos, criatividade, inovação e desenvolvimento.

Ana Figueiredo fez essas declarações durante o FT Connect Europe Fórum, que está acontecendo em Bruxelas, no painel intitulado “Construindo valor através da escala e consolidação estratégica”.

“É fundamental que – e é isso que solicito, espero e considero essencial – possamos trabalhar com o governo local, assim como com as instituições europeias em Bruxelas, para nos libertar dessas normas obsoletas”, comentou a executiva.

“O levantamento dessas restrições não só nos permitirá atrair mais dinheiro, mas também fomentará a criatividade, a inovação e o crescimento”, destacou Ana Figueiredo.

“Fomos pioneiros em tecnologia, mas estamos ficando para trás por conta das limitações que enfrentamos”, prosseguiu.

A CEO da Meo acrescentou que, em algumas ocasiões, é necessário estabelecer parcerias, criando plataformas robustas o suficiente para competir com grandes corporações tecnológicas nos mercados locais, embora existam desafios, não somente em relação ao regulador setorial, mas também à concorrência desleal.

“Precisamos adotar uma abordagem mais prática na Europa (…) e desenvolver uma política industrial nessa área. O setor digital não pode prosperar sem a devida infraestrutura”, enfatizou Ana Figueiredo.

“Caso contrário, é como ter um carro sem rodovias”, completou.

Ana Figueiredo mencionou que os investimentos em 5G e fibra foram realizados através da venda de ativos, semelhante ao que tem ocorrido em diversas partes da Europa, onde operadoras têm vendido seus bens para garantir os recursos financeiros necessários para inovação.

Mais uma vez, a CEO da Meo ressaltou a urgência de revisar a regulamentação – que foi elaborada há 25 anos e desde então o cenário mudou radicalmente – se quisermos “aprimorar a nova era de inovação”.

Durante sua apresentação, voltou a frisar a importância da previsibilidade, mencionando que em Portugal não se sabe quais serão as condições para a renovação do espectro radioelétrico em 2027.

A CEO do grupo Vodafone, Margherita Della Valle, por sua vez, afirmou que “qualquer mercado pode prosperar com consolidação”.

“Precisamos agir e não apenas buscar a perfeição”, insistiu Della Valle, enquanto Pietro Labriola, CEO da TIM, argumentou que a presença de três operadoras no mercado “não caracteriza um monopólio”.

Para Della Valle, três operadores são mais que suficientes.

O FT Connect Europe ocorreu nesta manhã em Bruxelas e reuniu os principais operadores do continente e representantes da Comissão Europeia, entre outros.