A empresa espanhola Endesa registou um lucro de 1.711 milhões de euros entre janeiro e setembro, representando um aumento de 22% em comparação com o mesmo intervalo de 2024, conforme anunciado nesta quarta-feira.
O EBITDA, ou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, alcançou 4.224 milhões de euros, marcando um crescimento de 9% em relação aos primeiros três trimestres de 2024, quando as companhias do setor energético na Espanha enfrentaram um imposto extraordinário que não se aplicou em 2025.
Este imposto extraordinário, que afetou as empresas do setor energético, estava em vigor durante 2023 e 2024 e foi implementado pelo governo espanhol em resposta aos ganhos excepcionais do setor, impulsionados pelo aumento da inflação.
Na comunicação sobre os resultados até setembro, a Endesa, que também atua em Portugal, mencionou o apagão que ocorreu no final de abril na Península Ibérica, enfatizando que, “considerando as lições aprendidas” com o ocorrido e o “sistema baseado em energias renováveis”, é “essencial reavaliar o encerramento programado do parque nuclear” em território espanhol, particularmente a central de Almaraz.
“Esta instalação tem mostrado ser crucial para garantir a segurança do fornecimento em uma região com alta presença de fontes renováveis”, argumenta a Endesa ao se referir à Almaraz, a central nuclear situada a cerca de 100 quilômetros da fronteira com Portugal.
No mesmo comunicado, o CEO da Endesa, José Bogas, declarou que “o sistema elétrico da Espanha é seguro, mas é necessário fazer atualizações em seu funcionamento devido às mudanças estruturais provocadas pela predominância das tecnologias renováveis”.
“Nesse novo contexto, é imprescindível repensar o plano de desativação do nuclear, começando por Almaraz”, acrescentou José Bogas.
No início da semana passada, as empresas que operam a central nuclear de Almaraz solicitaram de forma oficial ao Governo da Espanha que postergasse o fechamento da unidade.
A Iberdrola possui 53% da central, enquanto a Endesa detém 36% e a Naturgy, 11,3%.
A desativação do primeiro reator de Almaraz está prevista para 2027 e a do segundo para 2028.
As operadoras das cinco centrais nucleares na Espanha firmaram um acordo com o Governo em 2019, estabelecendo um cronograma para a desativação de todas as unidades até 2035, sendo Almaraz a primeira a ser afetada.
Recentemente, especialmente após o apagão no final de abril na Península Ibérica, surgiu a expectativa na Espanha de que esse cronograma poderá ser alterado, com o Governo demonstrando abertura para prorrogar a operação das centrais nucleares, desde que não haja aumento nos custos para os consumidores, entre outras condições.
Além disso, as operadoras das centrais têm solicitado novas condições fiscais para a energia nuclear.
No ano passado, a Endesa obteve lucros de 1.888 milhões de euros, um aumento de 154% comparado com 2023.
Considerada a maior empresa de eletricidade na Espanha e a segunda em distribuição de gás, a Endesa também produz e distribui eletricidade em Portugal e venceu a licitação para a requalificação da central do Pego (Abrantes), com um investimento previsto de 600 milhões de euros.
Adicionalmente, a Endesa possui projetos relacionados à geração de energia solar em Portugal.
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