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Matilha Sem Destino

Inicio este artigo de opinião com uma breve aclarativa: o rugby em Portugal possui um potencial notável, mas, infelizmente, está
<p>Matilha Sem Destino</p>

Inicio este artigo de opinião com uma breve aclarativa: o rugby em Portugal possui um potencial notável, mas, infelizmente, está a ser mal aproveitado. A modalidade enfrenta um desafio comum a várias áreas do nosso país: é afetada pela apatia, pela falta de pensamento crítico e pela ausência de coragem para questionar o que se costuma designar como “estabilidade” portuguesa. Um termo muitas vezes utilizado de forma vazia por entidades dirigentes para justificar a continuidade e evitar mudanças necessárias.

No contexto do rugby, esses problemas tornam-se ainda mais evidentes devido à sua dimensão reduzida. A pequena escala acentua vulnerabilidades: falta de profissionalismo, excesso de proximidade entre os envolvidos, uma comunidade onde todos se conhecem — circunstâncias que geram falta de fiscalização, relutância em admitir falhas e dificuldade em apresentar alternativas. O rugby português merece um direcionamento mais claro, mas acima de tudo, um direcionamento mais profissional.

Como podemos exigir ousadia, dedicação e ambição dos nossos Lobos se a própria Federação não se impuser esse mesmo padrão? Como se pode aspirar a um nível de Seleção mundial quando a estrutura que a suporta opera com padrões que se aproximam do amadorismo? É precisamente por acreditar que estas questões precisam ser levantadas — e por respeito e gratidão a este desporto que tanto me deu — que proponho os seguintes pontos, que considero essenciais a serem debatidos publicamente.

Carta aberta ao Presidente da Federação Portuguesa de Rugby

“Estimado Senhor Presidente da Direção da Federação Portuguesa de Rugby,

Dirijo-me a V. Ex.ª para expressar a minha preocupação em relação ao rumo que a Federação Portuguesa de Rugby (FPR) tem seguido em várias áreas cruciais para o progresso da modalidade, e solicitar esclarecimentos sobre alguns pontos que considero fundamentais para o futuro do rugby nacional.

Recentemente, têm-se tornado evidentes o crescente descontentamento entre atletas, dirigentes e adeptos, motivado por decisões e práticas que levantam dúvidas sobre a estratégia e as prioridades da Federação. Assim, apresento as seguintes questões que acredito refletirem preocupações legítimas e amplamente partilhadas:

Gestão Desportiva e Planeamento Competitivo

Qual é a lógica por trás da marcação de jogos das competições nacionais em dias em que a Seleção Nacional e os Lusitanos estão em competição? Esta sobreposição não prejudica a assistência aos jogos, a visibilidade das competições nacionais e o envolvimento dos adeptos com o rugby português?

Qual é a estratégia da Federação em relação ao projeto “Lusitanos”? Está previsto um modelo de compensação justo e sustentável para todos os jogadores, que têm contribuído de forma contínua para o desenvolvimento do rugby em Portugal?

Seleção Nacional

A luz dos resultados da Seleção Nacional, qual é a estratégia definida pela Federação para assegurar uma evolução sustentável e, idealmente, uma participação mais competitiva no próximo Campeonato do Mundo?

Existem planos concretos em termos de preparação, captação de talento e apoio técnico que garantam uma melhoria de desempenho em relação ao último Mundial?

Apoio aos Clubes

Quais são as medidas concretas que estão a ser implementadas para fortalecer o apoio aos clubes, que continuam a enfrentar dificuldades estruturais, financeiras e logísticas?

A FPR tem alguma previsão de programa nacional de desenvolvimento que promova a sustentabilidade das equipas e a formação de jovens talentos?

Comunicação e Transparência

Está a Federação disposta a promover uma comunicação mais clara e regular com os clubes, jogadores e adeptos, partilhando decisões estratégicas e as respetivas justificações?

Acha V. Ex.ª importante estabelecer canais de diálogo mais diretos e acessíveis entre a Federação e a comunidade do rugby nacional?

Arbitragem

Qual é a abordagem da Federação para lidar com o problema estrutural da arbitragem em Portugal?

Considerando que em muitos jogos há apenas um árbitro presente, não acha V. Ex.ª que essa situação compromete a qualidade e a segurança das competições?

O intuito deste contato é contribuir, de forma construtiva e responsável, para um rugby português mais forte, transparente e coeso.

Acredito que, através do diálogo e do compromisso, será possível fortalecer a confiança entre a Federação e todos aqueles que dedicam seu tempo, esforço e paixão à modalidade.

Agradeço, antecipadamente, a atenção de V. Ex.ª e fico ao aguardo de uma resposta sobre os pontos acima mencionados.”

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