André Bergeron havia se aposentado recentemente. Para comemorar o seu aniversário, ganhou uma viagem a Lisboa com sua esposa, Blandine Daux. No último dia de férias, o casal de restauradores entrou no Elevador da Glória, que descarrilou, ocasionando a morte deles e de mais 14 pessoas, na quarta-feira.
“Estou arrasado. Não consigo acreditar. É como perder os pais de uma só vez”, disse à CBC Eric Bergeron, irmão de André, que ofereceu a viagem, e já se encontra em Lisboa com as duas filhas do casal.
André se aposentou recentemente do Centro de Conservação do Quebec (CCQ), onde realizava o restauro de peças históricas ao lado da esposa — que, embora vivesse com ele na cidade canadense há mais de 20 anos, era originária da França.
“Eu estava trabalhando e vi as notícias sobre o acidente em Lisboa. Comecei a mandar mensagens para meu irmão perguntando: ‘Estás bem? Acabei de ver as notícias”, relatou. A mensagem foi entregue. No dia seguinte, continuou a enviar mensagens para eles, mas nenhuma foi respondida. “O telefone está ligado, mas não respondem. Algo não está certo”, pensou.
Preocupada, uma das filhas contactou o local onde estavam hospedados, que informou que o casal ainda não havia feito o check-out. “Recebemos uma ligação da embaixada informando que meu irmão tinha sido encontrado”.
“Eu era muito próximo do meu irmão, ele era meu ídolo. Eram um casal lindo, apaixonados. Ele era um homem feliz e formava uma dupla contente. Ele tinha acabado de se aposentar, começava a aproveitar a vida — ele se divertia no trabalho, mas estava tentando relaxar um pouco”, contou à CBC.
Por ser francesa, embora residindo no Canadá há bastante tempo, ainda não foi possível esclarecer se Blandine é uma das duas vítimas com nacionalidade canadense (sendo André o outro), ou se a restauradora é a única vítima da França. A imprensa de ambos os países ainda não conseguiu confirmar essa informação.
O governo canadense confirmou duas mortes, mas ainda não identificou as vítimas. A ministra das Relações Exteriores expressou as “sinceras condolências” às famílias afetadas e afirmou que os “serviços consulares estarão à disposição das famílias das vítimas canadenses durante este momento difícil”.
O ministério da Cultura do Quebec elogiou a contribuição “notável” do casal para o setor de arqueologia e etnologia do Centro de Conservação do Quebec.
“André Bergeron, um dos pioneiros do CCQ, dedicou mais de 40 anos ao restauro antes de sua aposentadoria. Blandine Daux entrou na equipe em 2001. Sua partida deixou um grande vazio no CCQ e no Ministério da Cultura e Comunicações. Nossos pensamentos estão com seus entes queridos e aqueles que tiveram a sorte de conhecê-los”, diz o comunicado divulgado no Linkedin.
A morte de Blandine e André motivou Violette e Éveline Daux-Bergeron, as duas filhas do casal, a criar uma campanha de arrecadação de fundos para ajudá-las “nos próximos meses, que serão desafiadores”. “Isso nos permitirá respirar um pouco e não nos preocupar tanto com questões financeiras enquanto lidamos com o que está por vir”, escreveram as irmãs.
Le ministère de la Culture et des Communications annonce avec tristesse le décès de Blandine Daux et André Bergeron du Centre de conservation du Québec, survenu lors du déraillement du funiculaire de Lisbonne. Toutes nos pensées vont à leurs proches. https://t.co/wdzWfOfT6B
— Culture Québec (@MCCQuebec) September 5, 2025
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