
O Papa Leão XIV celebra a Missa do Jubileu dos Detidos, com a presença de uma delegação de Portugal
Cidade do Vaticano, 14 de dezembro de 2025 (Ecclesia) – O Papa Leão XIV fez um alerta sobre a problemática da “superlotação” nas prisões, enfatizando que o cumprimento das penas deve sempre oferecer uma oportunidade de “reintegração” e esperança.
“Os desafios são numerosos. Consideremos a superlotação dos estabelecimentos prisionais e o compromisso ainda escasso em garantir que existam programas de educação consistentes voltados para a reintegração e oportunidades de trabalho”, declarou, durante a Missa do Jubileu dos Detidos, que contou com milhares de presentes na Basílica de São Pedro.
Fazendo referência à bula que proclama o 27.º jubileu ordinário da Igreja Católica, denominada ‘Spes non confundit’ (A esperança não decepciona), assinado por Francisco, Leão XIV juntou-se ao clamor do seu predecessor por “modalidades de amnistia ou perdão de penas que contribuam para que as pessoas recuperem a autoconfiança e a confiança na sociedade, oferecendo a todos oportunidades concretas de reintegração”.
“Estou certo de que, em muitos países, essa aspiração será atendida”, acrescentou.
O Papa dirigiu-se aos prisioneiros e às autoridades do sistema penal, incentivando-os a serem “agentes de justiça e solidariedade”, reconhecendo que essa tarefa “não é simples”.
“A misericórdia não é ignorar o mal, mas sim dar a força necessária para a mudança. Ninguém deve ser refém de seu passado”, defendeu.
Leão XIV ressaltou que, além das questões estruturais, as dificuldades pessoais enfrentadas por quem está privado de liberdade incluem “o peso do passado, as feridas que precisam ser curadas tanto no corpo quanto na alma” além da tentação de se entregar ao desânimo ou à falta de perdão.
“O Jubileu é um convite à conversão, sendo por isso motivo de esperança e alegria”, enfatizou.
A reflexão do Papa baseou-se no encontro de Jesus com uma mulher adúltera registrado nos evangelhos.
“O Senhor Jesus nos repete continuamente que há algo essencial: que ninguém se perca”, afirmou.

Leão XIV lembrou que Jesus não condenou aquela mulher, mas lhe apresentou um novo futuro ao dizer “vai e não peques mais”, desafiando a sociedade a diferenciar entre os erros e a essência da pessoa.
A celebração na Basílica de São Pedro atraiu reclusos, familiares, profissionais da justiça, voluntários, efectivos de segurança e gestores do sistema prisional, onde o Papa reiterou que a esperança deve ultrapassar as barreiras das prisões.
“Muitos ainda não percebem que, após cada queda, deve ser possível reerguer-se, que nenhum ser humano deve ser reduzido ao que fez e que a justiça é, acima de tudo, um caminho de reparação e reconciliação”, lamentou, ao lembrar o gesto histórico de Francisco, que em 26 de dezembro de 2024, inaugurou uma Porta Santa na igreja do Pai Nosso, dentro da Prisão de Rebibbia, na Itália.
Leão XIV fez um chamado à responsabilidade de “promover, em todos os contextos, mas com particular ênfase nas prisões, uma civilização fundamentada em novos princípios e, em última análise, na caridade”, citando o Papa Paulo VI ao final do Ano Jubilar de 1975.
Uma delegação da Pastoral Penitenciária de Portugal está presente em Roma, desde sexta-feira, no Jubileu dos Detidos, integrando um grupo de 6000 peregrinos de 90 nações, que trouxeram consigo as “dores e esperanças” das instituições prisionais.
Este evento marca o último grande acontecimento do Ano Santo, antes de seu encerramento no dia 6 de janeiro de 2026.
OC
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