
Um aspecto frequentemente negligenciado em diversos rótulos de azeite passa despercebido por muitos consumidores, mas especialistas afirmam que é um motivo convincente para evitar a compra do produto. Com uma variedade imensa de marcas e promessas de qualidade nas prateleiras, selecionar um azeite de boa qualidade no supermercado pode ser mais desafiador do que aparenta. Certas terminologias e a ausência de informações nos rótulos mascaram estratégias de marketing e sinais de que o produto pode não ser autêntico.
Segundo os especialistas consultados pelo veículo americano Epicurious, a primeira indicação é clara: nunca adquirir uma garrafa que indique apenas “azeite”, sem a classificação “virgem extra”. Isso pode sugerir que o produto tenha sido refinado, perdendo sabor, aroma e as propriedades antioxidantes que definem um legítimo azeite virgem extra.
Termos como “light”, “azeite puro” ou “mistura de azeites” são também considerados sinais de alerta. Embora possam parecer uma alusão à pureza ou leveza, na prática revelam misturas com óleos de qualidade inferior ou produtos que passaram por processos industriais que diminuem seu valor nutricional.
O que está oculto no rótulo
Outro ponto frequentemente ignorado é a data de colheita das azeitonas. Um azeite de qualidade deve informar quando as azeitonas foram coletadas — e não apenas a data de validade. Sem essa informação, o consumidor não consegue avaliar a frescura do produto, um aspecto crucial, já que o azeite perde suas propriedades com o passar do tempo.
A origem é outro fator essencial. Termos vagos como “mistura de azeites da União Europeia” frequentemente escondem a ausência de controle sobre o processo de extração e combinação de produtos de diferentes países. Um bom azeite deve deixar claro o país, a região e, de preferência, o produtor.
Além do mais, especialistas e publicações especializadas sugerem priorizar azeites com certificações DOP (Denominação de Origem Protegida) ou IGP (Indicação Geográfica Protegida). Esses selos garantem que o produto siga normas rigorosas de produção, extração e controle de qualidade, auditadas por entidades independentes.
Embalagem e manutenção são cruciais
Não é apenas o rótulo que conta. O tipo de embalagem também diz muito sobre o cuidado do fabricante. Garrafas escuras ou metálicas são as ideais, pois protegem o azeite da luz, que acelera a oxidação e a degradação do produto. Por outro lado, garrafas transparentes expostas à luz direta nas prateleiras devem ser evitadas.
A tampa também merece atenção especial. Se estiver mal fechada ou tiver resíduos, pode indicar contato com o ar, o que altera o sabor e as propriedades nutricionais. Mesmo o azeite de melhor qualidade perde suas características se armazenado em locais quentes ou exposto à luz. Os especialistas recomendam mantê-lo em ambientes frescos, secos e protegidos do calor.
O preço pode indicar fraude
Outro aspecto a ser considerado é o preço. Um azeite virgem extra de alta qualidade envolve custos significativos de produção — desde a colheita manual até a extração a frio e o armazenamento apropriado. Preços muito baixos costumam ser indícios de misturas com óleos de qualidade inferior ou de origem diferente.
A fraude no setor de azeite é um problema reconhecido em vários países europeus. A União Europeia já identificou casos de rotulagem enganosa e falsos “virgens extra”, o que leva a uma vigilância mais rigorosa. Contudo, o consumidor continua sendo “a primeira linha de defesa”, destacam os especialistas.
Como fazer uma escolha segura
Segundo a Comissão Europeia, são necessários apenas dez segundos para realizar uma escolha informada: verificar a categoria “virgem extra” no rótulo, conferir se a acidez é igual ou inferior a 0,8% e escolher uma embalagem opaca e bem lacrada. Cumprindo esses três critérios, é quase certo que o consumidor está adquirindo um azeite autêntico.
Antes de colocar a garrafa no carrinho, é aconselhável checar a data de colheita, o país de origem e, sempre que possível, optar por marcas com certificações reconhecidas. Termos vagos como “light” ou “puro” devem ser evitados.
O azeite virgem extra é um dos pilares da dieta mediterrânea e é amplamente reconhecido por seus benefícios à saúde: é rico em antioxidantes, ajuda a cuidar do coração e contribui para uma alimentação equilibrada. No entanto, essas vantagens só se mantêm quando o produto é auténtico e muito bem conservado.
Na próxima vez que visitar o supermercado, olhe duas vezes para o rótulo. O que pode parecer um mero detalhe pode ser o que distingue um azeite verdadeiro de um produto de qualidade duvidosa — e a diferença frequentemente está à vista de quem sabe interpretar.
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