
Comemorar o Natal é, acima de tudo, celebrar o nascimento do Menino Jesus. Sem Ele, a festividade não teria significado. O Natal representa a celebração do nascimento de Cristo, uma essência que não devemos perder de vista, pois do contrário, a verdadeira razão de ser do Natal se torna vazia. Reduzimos esta época a desejos de “Paz e Amor” fundamentados em boas intenções humanas. Chegamos à conclusão de que isso é insuficiente!
Entretanto, sabemos que Jesus é a verdadeira fonte de Paz e Amor, elementos que todos ansiamos e celebramos, ainda que muitas vezes sem a sua presença em nossas festividades.
Não há tempo do ano que se compare ao período natalino. Desde o começo do mês, o mundo se transforma e as cidades adquirem uma vivacidade única. As luzes de Natal nas cidades (mesmo que modificadas) não passam despercebidas e anunciam a chegada da época de grande consumo! Não existe cidade que não se ilumine, não há uma pequena loja que não tenha uma vitrine especial, e os grandes shoppings ao redor do globo se enfeitam para atrair clientes.
Tudo isso é encantador. Mas voltemos ao princípio:
Sem o Menino Jesus, o que realmente sobra para celebrarmos?
Festas de trabalho, celebrações escolares, encontros com amigos e grupos, todas em homenagem ao Natal. Contudo, na maior parte delas o presépio, que é a verdadeira razão para a existência do Natal, é ignorado. Sim, o foco se perdeu, o Menino Jesus foi relegado a segundo plano, mas as festividades e os presentes continuam.
É a sociedade de consumo fazendo o que sabe fazer de melhor: criar e satisfazer necessidades a qualquer custo!
Isso nos leva a refletir…
Mais ainda, chegamos a afirmar que o Natal é quando quisermos, ou que “o Natal é todos os dias” – mais uma hipérbole, pois essa nobre percepção desaparece tão rapidamente quanto terminam as celebrações… no dia 26 de dezembro.
Vale mesmo manter viva a tradicional festa de Natal, centrada na celebração do nascimento do Menino Jesus? Com todo o significado que isso traz?
Acredito que sim!
Tive a sorte de crescer ao lado de muitos irmãos e primos. Viver todos no mesmo edifício fazia com que o Natal se tornasse a alegria das crianças. Meus pais cultivavam uma fé profunda – diria até inabalável – e encaravam o Natal como o evento único que realmente é: o Menino Jesus que vinha ao nosso encontro. A data merecia toda a preparação que era feita com carinho e atenção. Quando a sala principal da casa era trancada no início de dezembro, nós, crianças, sabíamos que era hora de sonhar com os presentes. Ouvíamos barulhos de martelos, trabalhos em andamento, sussurros discretos, sem compreender o que diziam… eram os anjos montando a árvore de Natal e o presépio!
Todos os dias, ao voltarmos para casa, víamos a sala fechada… às vezes iluminada, outras escuras. Escrevíamos cartas ao Menino Jesus, que colocávamos por debaixo da porta, certos de que Ele as leria. Não havia limites para nossos desejos; era hora de pedir tudo. Lembro-me de pedir um triciclo e, dias depois, ouvindo marteladas. Certamente eram os anjos construindo meu triciclo.
O tempo de espera parecia longo. Todos esperávamos ansiosamente pelo dia 24 de dezembro: a Véspera de Natal! O momento em que finalmente abríamos a árvore e recebíamos os presentes.
Chegou a véspera de Natal, a Grande Noite do dia 24!
Todos os irmãos e primos eram fechados em uma sala. O anúncio da abertura da árvore era feito pelo toque de um sino. Cantávamos, conversávamos sobre o que esperávamos ganhar e, apesar do barulho, nossos ouvidos estavam atentos ao som do sino.
O toque do sino era o sinal para todos correrem para a sala… a porta estava aberta! A árvore de Natal e o presépio brilhavam como nunca! A sala estava magnífica!
Um grande pinheiro coberto de luzes, ornamentos e enfeites de diferentes estilos e cores preenchia todo o espaço da sala! E, como sempre, a estrela principal tocava o teto!
O presépio envolvia a base da árvore: uma obra-prima. O Menino Jesus no centro, Nossa Senhora e São José atenciosos, e o burro e a vaca tranquilos, olhando para o Menino. Havia também pastores, reis e uma infinidade de personagens se encaminhando ao Menino.
Assim como as figuras do presépio, nós também não tínhamos dúvida de que o grande protagonista era o Menino Jesus!
Vamos aos presentes… que alegria, o triciclo que ouvi serem feitos estava perfeito, como isso era possível! Uma roda enorme na frente, duas menores atrás e um assento de madeira que permitia levar um irmão em pé agarrado nos meus ombros, não poderia ser melhor!
Nos dias seguintes, brincávamos juntos. Às vezes, íamos até a sala para ver o Menino Jesus, rezar um pouco e apreciar a árvore. A grande discussão daquelas datas era invariavelmente a mesma:
Como seria possível uma árvore daquele tamanho entrar em casa?
Pela porta da frente poderia passar, mas não cabia no elevador; pelas portas da varanda não passava, e como morávamos no 4.º andar, era complicado. A única explicação era que os anjos fizeram um milagre para trazer a árvore!
A revelação.
Certa vez, ao entrar em casa, alguém abriu a porta e pediu que eu aguardasse em um quarto ao lado da sala, só por um minuto… não entendia o porquê. Foi buscar a chave escondida e abriu a porta de onde saiu… a minha Mãe!
…Mãe!? Então… quem monta a árvore?
Fiquei meio espantado, meio confuso, saindo de um sonho e voltando à realidade. Era minha Mãe e meus irmãos mais velhos que montavam a árvore. Os pais compravam presentes e os embrulhavam com tanto cuidado para que nós, os mais novos, não perdêssemos a magia que vivíamos na infância. Não vivíamos uma mentira; estávamos vivendo uma infância maravilhosa que consolidava nossa fé em Deus Pai, que tudo cria e possibilita.
Sem a vinda de Deus ao mundo, perfeito Deus e perfeito Homem, o Natal não existiria. Este Natal, como este, é o verdadeiro Natal: a celebração do nascimento do Menino Jesus!
Após aquele dia, passei a fazer parte do grupo de adultos que reconhecem que o Menino Jesus nos convida a participar e promover o Seu nascimento. Este Menino Deus, tão pequeno e frágil, não se impõe, mas se oferece como exemplo de vida. Um exemplo que, sendo vivido de verdade, transforma nosso mundo em um lugar repleto de Paz e Amor.
Desejos de um Santo Natal!
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