
O setor de financiamentos habitacionais em Portugal está finalmente a reviver após dois anos de estagnação. O volume e o valor dos novos empréstimos aumentaram significativamente em comparação com 2023, evidenciando uma recuperação nas escolhas de aquisição das famílias portuguesas, muitas das quais foram postergadas devido à acentuada elevação das taxas de juro.
Segundo o último relatório sobre créditos habitacionais do ComparaJá, tanto o número de transações como o total de financiamentos registrados apresentaram incrementos notáveis. Esta movimentação resulta não apenas de uma melhor atividade no mercado imobiliário, mas também da demanda por montantes de financiamento mais altos, numa situação em que os preços dos imóveis continuam em níveis historicamente elevados.
A recuperação está intimamente relacionada com a “demanda acumulada” dos anos anteriores. Frente à insegurança gerada pelas rápidas oscilações da Euribor e pelo aumento dos custos do crédito, muitas famílias decidiram adiar a aquisição da casa. Com as taxas agora mais estáveis e uma gama de produtos mais variada, esses planos começam finalmente a ser retomados.
Outro elemento crucial para essa recuperação foi a diminuição gradual das taxas de juro. As recentes baixas da Euribor em diversos períodos estão tornando as prestações mais acessíveis, e variações modestas podem significar economias de dezenas de euros mensais em um empréstimo típico, um impacto decisivo para o orçamento de muitos lares.
Simultaneamente, observa-se um aumento na tendência por financiamentos com prazos mais extensos, frequentemente próximos a 30 anos, uma estratégia adotada por muitas famílias para diminuir o valor das prestações mensais. A extensão do prazo permite acomodar o custo da casa dentro do rendimento disponível, mesmo que implique um compromisso financeiro a longo prazo.
Registro também da popularização da taxa mista como a opção preferida dos novos mutuários, superando significativamente a taxa variável convencional. Esta alternativa, que combina um período inicial com taxa fixa e uma fase subsequente indexada à Euribor, proporciona um equilíbrio entre previsibilidade e a possibilidade de benefício futuro, caso as taxas permaneçam controladas. Para muitas famílias, essa abordagem atua como um “amortecedor psicológico e financeiro”, estabilizando os custos nos anos mais críticos da gestão orçamentária.
Esse conjunto de fatores, incluindo o aumento no número de empréstimos, a elevação do valor médio financiado e a adesão significativa à taxa mista, reflete um sinal de renovada confiança. Apesar dos desafios relacionados à acessibilidade, a aquisição da casa própria continua a ser uma meta central para os portugueses, e o crédito continua a ser fundamental para realizar esse objetivo.
Por parte das instituições financeiras, observa-se uma competitividade intensificada: campanhas promocionais, ajustes nos spreads e produtos mais adaptados ao perfil de risco contribuem para um mercado mais ágil. O uso crescente de plataformas comparativas, como o ComparaJá, fortalece a transparência e capacita os consumidores com mais informações.
Pedro Castro, responsável pelas operações de crédito habitacional no ComparaJá, enfatiza que essa evolução não é apenas um “rebote estatístico”, mas um indicativo claro de adaptação: “O crescimento no número e no valor dos novos créditos habitacionais mostra que as famílias portuguesas estão redescobrindo maneiras de realizar o sonho da casa própria, mesmo em um cenário desafiador. Estão a optar por prazos mais longos, pela taxa mista e, sobretudo, a comparar mais ofertas antes de decidir.”
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