
O Tribunal de Apelação de Paris confirmou que Charles Kushner, embaixador dos EUA na França, solicitou permissão formal para visitar Nicolas Sarkozy durante o recente período de detenção do ex-presidente francês. Embora a autorização tenha sido concedida, o encontro não ocorreu, conforme informações de uma fonte próxima a Sarkozy.
A mesma fonte informou à Reuters que, mesmo sem se encontrarem dentro da prisão da Santé, ambos conseguiram se reunir posteriormente fora desse contexto.
Nicolas Sarkozy, que foi presidente da França entre 2007 e 2012, passou três semanas encarcerado devido a um recurso relacionado à sua condenação por conspiração visando obter financiamento político oriundo da Líbia. O ex-presidente, que nega qualquer irregularidade, foi liberado no mês passado, aguardando uma decisão judicial.
Conforme revelado pela mesma instância judicial, Kushner recebeu autorização para realizar a visita durante esse intermédio, mas não foi esclarecido o motivo pelo qual ele desejava encontrar Sarkozy. O embaixador dos EUA não respondeu a solicitações de comentários, e o Departamento de Estado não fez declarações imediatas.
Kushner é polêmico e possui um passado judicial em Paris
Charles Kushner, pai de Jared Kushner — casado com Ivanka Trump, filha de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos — tem se destacado desde que assumiu o cargo de embaixador em Paris no início do ano. O diplomata cumpriu pena nos EUA por doações ilegais de campanha e evasão fiscal, entre outras acusações, antes de receber um perdão presidencial de Trump em 2020.
A razão do interesse de Kushner pelo caso de Sarkozy ainda não foi explicada. Outro visitante do ex-presidente na prisão foi seu antigo protegido, o ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin.
A fonte próxima a Sarkozy mencionou que o ex-presidente planeja relatar sua experiência em um futuro livro intitulado “O diário de um prisioneiro”, que deverá ser publicado na próxima semana.
A tensão entre Washington e Paris tem se intensificado nos últimos meses. Altos funcionários do governo norte-americano, incluindo o próprio Trump, têm acusado repetidamente os tribunais franceses de favorecer políticos de esquerda e de punir de forma seletiva figuras conservadoras.
Quando Marine Le Pen foi condenada por peculato neste ano e considerada inelegível para as eleições presidenciais de 2027, Trump classificou a situação como “lawfare”, alegando perseguição política. De acordo com informações anteriores, uma delegação do Departamento de Estado se reuniu com membros da equipe de Le Pen, mas as propostas de apoio foram recusadas pelos assessores dela.
A administração dos EUA também tem criticado outros países da Europa, como Romênia e Alemanha, alegando que seus sistemas judiciais suprimem políticos de direita e censuram opiniões que criticam a imigração sob o pretexto de combate à desinformação.
Em agosto, Kushner foi convocado pelo Ministério das Relações Exteriores francês após acusar o presidente Emmanuel Macron, em uma carta aberta, de não fazer o suficiente para combater atos de violência antissemita. Este episódio contribuiu para aumentar o desconforto nas relações diplomáticas.
Já em setembro, quando um tribunal de Paris decidiu que Sarkozy deveria cumprir pena de prisão, o ex-presidente reagiu com indignação, afirmando que a decisão fragilizava “o Estado de direito e a confiança na justiça”.
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