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Trump apresenta uma série de condições para a UE: qual é a chance de êxito?

Se Donald Trump decidir implementar restrições contra a Rússia devido ao conflito na Ucrânia, há algumas ações que ele gostaria
Trump apresenta uma série de condições para a UE: qual é a chance de êxito?

Se Donald Trump decidir implementar restrições contra a Rússia devido ao conflito na Ucrânia, há algumas ações que ele gostaria que seus aliados europeus realizassem antes: neste fim de semana, o presidente americano sugeriu que estaria pronto para agir assim que todos os países da NATO parassem de importar petróleo da Rússia, enfatizando também que os membros deveriam estabelecer tarifas à China entre 50% e 100% até o término da guerra.

Essa exigência foi feita após a visita a Bruxelas do secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, que pediu à UE para se distanciar da energia russa, de acordo com o acordo comercial firmado em julho, onde o bloco europeu se comprometeu a adquirir 750 bilhões de dólares em petróleo e gás dos EUA até o fim do mandato de Trump.

Atender algumas dessas demandas será mais simples do que outras: o jornal ‘POLITICO’ revelou os desejos de Trump e a probabilidade de que se concretizem.

A UE deve renunciar ao petróleo da Rússia

Dificuldade: Média

Para a maioria dos países da UE, esta não é uma tarefa tão complexa.

As importações de petróleo russo pela UE diminuíram após o bloco proibir as compras por via marítima após a invasão em larga escala da Ucrânia. Antes do conflito, o bloco obtinha 45% do seu gás natural e 27% do seu petróleo bruto da Rússia. No último ano, essa proporção caiu para 19% para o gás e 3% para o petróleo. Em 2024, a UE investiu 21,9 bilhões de euros em combustíveis fósseis russos, representando cerca de 10% da receita total de exportação da Rússia.

A resistência da Hungria e da Eslováquia à redução das importações de petróleo russo complicou o progresso. Esses dois países receberam uma isenção temporária que lhe permite continuar a comprar combustível pelo oleoduto Druzhba, que atravessa a Ucrânia.

Embora a exclusão buscasse dar tempo a Budapeste e Bratislava para encontrar fontes alternativas, os dois países aumentaram suas compras da Rússia — aproveitando o petróleo a preços descontados, o que exacerbava ainda mais a dependência. “A Hungria elevou sua dependência do petróleo bruto russo de 61% antes da invasão para 86% em 2024, enquanto a Eslováquia continuou quase 100% dependente do fornecimento de Moscovo”, destacou um estudo do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo.

“Desvincular-se das fontes de energia russas teria graves repercussões tanto para a economia eslovaca quanto para a europeia”, declarou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Eslováquia. “Por isso, nos opomos ativamente a essa sugestão.”

Para a Comissão Europeia, as demandas de Trump representam uma oportunidade adicional de pressionar a Hungria e a Eslováquia a reduzirem sua dependência de Moscovo, apontaram três fontes do ‘POLITICO’.

O comissário de Energia da UE, Dan Jorgensen, iniciará conversações nas próximas semanas com os dois países, como parte do seu plano REPowerEU, que visa encerrar as importações de energia da Rússia. Bruxelas propôs um projeto de lei em julho para exigir que os países da UE cessem as importações de gás russo até 2027.

Wright sugeriu acelerar a eliminação gradual, mas há pouca disposição para isso, destacaram dois diplomatas europeus. “Os Estados-membros [da UE] precisam de tempo para ajustarem-se e encontrarem uma fonte alternativa”, apontou uma das fontes.

A NATO também deve parar de comprar petróleo russo

Dificuldade: Difícil

Ao expandir sua exigência da UE para todos os aliados da NATO, Trump mirou diretamente na Turquia. Como um aliado essencial da NATO com uma localização geográfica única que controla o acesso ao Mar Negro, o país se recusou a seguir as restrições ocidentais ao comércio com a Rússia. Em vez disso, a Turquia lucrou ao reexportar bilhões de euros em petróleo russo para a Europa e outras regiões.

“Não é muito realista e… altamente improvável que a Turquia atenda a tal pedido neste momento”, afirmou Sinan Ülgen, pesquisador sênior do think tank Carnegie Europe e ex-diplomata turco.

Provavelmente será necessária uma pressão significativa de Trump para que o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, mude de posição. O país enfrenta uma grave crise de custo de vida, com os altos preços de energia gerando descontentamento e ameaçando a permanência de Erdoğan no poder.

No ano passado, a Turquia importou 41% do seu gás da Rússia, de acordo com Aura Sabadus, analista sênior de energia da consultoria ICIS. O país adquiriu 57% do seu petróleo de Moscovo, disse Homayoun Falakshahi, analista-chefe de petróleo bruto da empresa de commodities Kpler.

É improvável que a própria NATO tenha qualquer papel na cessação das importações: as políticas de “compra de petróleo e gás russos e a aplicação de tarifas pela Europa são responsabilidade da UE”, comentou um diplomata.

A Europa deveria adquirir grandes quantidades de gás dos EUA

Dificuldade: Quase impossível

A administração Trump apresentou o aumento nas vendas de GNL americano como uma oportunidade vantajosa para todos: maiores lucros para as empresas de combustíveis fósseis dos EUA e menor receita para financiar a guerra russa.

“Queremos eliminar todo o gás russo”, afirmou Wright durante sua recente visita a Bruxelas. “Quanto mais conseguirmos restringir a capacidade da Rússia de financiar esta guerra brutal, melhor para todos nós.”

Em julho, o presidente dos EUA usou a ameaça de tarifas para conseguir um compromisso da presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, de que a UE compraria pelo menos 750 bilhões de dólares em petróleo e gás dos EUA até o final do seu mandato.

Os analistas alertaram que essa promessa será praticamente impossível de cumprir.

A UE gastou 375 bilhões de euros em importações de energia no ano passado, e apenas 76 bilhões desse total foram provenientes dos EUA, segundo Laura Page, analista sênior da Kpler. Para cumprir essa meta, o bloco teria que basicamente triplicar suas importações americanas nos próximos três anos — e evitar outros fornecedores, como a Noruega, que oferece gás a preços mais competitivos.

Ao mesmo tempo, os EUA enviaram apenas 166 bilhões de dólares em petróleo e gás para fora em 2024, observou Page, o que significa que precisariam direcionar todas as suas exportações para a UE — e ainda seriam insuficientes. Isso “simplesmente nunca vai acontecer”, garantiu.

No primeiro trimestre deste ano, o GNL dos EUA teve uma participação de mercado de 50,7% na UE. A Rússia representou 17%, em grande parte através de contratos de longo prazo firmados antes da invasão em larga escala da Ucrânia por Moscovo.

A UE deve impor tarifas à China

Dificuldade: Esqueça isso

Essa medida simplesmente não será realizada. Politicamente e economicamente, aplicar tarifas à China seria um golpe letal para a UE.

Nas últimas décadas, a economia da UE se tornou cada vez mais entrelaçada com a da China, com os consumidores se acostumando a preços acessíveis. Embora o bloco tenha se comprometido a reduzir sua dependência da China, setores cruciais da economia — desde marcas alemãs a produtores de vinho franceses e casas de moda italianas — dependem do país para boa parte da sua produção e vendas.

A China é o terceiro maior parceiro comercial da UE em bens e serviços — ficando atrás apenas dos EUA e do Reino Unido — e o segundo maior em bens, precedido apenas pelos EUA. O país é responsável por cerca de 21% das importações da UE. Pequim também demonstrou que não hesitará em responder de forma firme a qualquer provocação da parte da UE.

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