
O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, sugeriu hoje aos aliados da NATO a implementação de um sistema de defesa para contrabalançar as “ameaças aéreas” provenientes de Moscovo, em resposta à recente incursão de drones e aviões de combate russos nos espaços aéreos de alguns desses países.
“A Rússia está a avaliar as vossas capacidades”, afirmou Zelensky.
“A Ucrânia tem a capacidade de enfrentar todos os tipos de drones e mísseis russos e, se colaborarmos na região, teremos armamento e habilidade de produção adequados. Se a Rússia não puder mais actuar no espaço aéreo, não conseguirá manter a guerra e terá que procurar novas maneiras de coexistir”, defendeu.
Moscovo “está a testar os limites da sua influência, procurando desviar a atenção da cruel guerra na Ucrânia”, alertou o presidente, durante uma videoconferência em um fórum sobre segurança na capital polaca, Varsóvia.
Zelensky mencionou os recentes episódios em que 19 drones russos invadiram ilegalmente o espaço aéreo polaco, assim como incidentes onde aeronaves de combate russo realizaram manobras semelhantes em território estónio.
“Praticamente todas as ameaças à segurança europeia têm origem na Rússia”, destacou.
Por esta razão, criticou aqueles que questionam a continuidade do apoio militar ao seu país, argumentando que a cessação desse apoio apenas encorajaria a Rússia, ao mesmo tempo em que renovou seu apelo por sanções mais rigorosas do que as atualmente aplicadas, incluindo a apreensão de ativos russos congelados na Europa.
Além disso, expressou sua convicção de que o 19.º pacote de sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia será “suficientemente robusto” não apenas para impor uma pressão real, mas também para “demonstrar aos Estados Unidos que a Europa não ficará atrás” do presidente norte-americano, Donald Trump.
“A resposta a esses riscos não pode ser focada apenas no país afetado; é fundamental entender que toda a Europa está em perigo devido à Rússia”, enfatizou, em uma publicação nas redes sociais, exortando seus aliados a agir em “união”.
“A Rússia deseja que a NATO reaja, mas de forma parcial, excluindo os Estados Unidos. Uma resposta unificada é crucial e deve abranger todas as ações que a Rússia realiza e acredita que pode executar sem consequências”, sublinhou o presidente ucraniano.
A Rússia iniciou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, alegando a necessidade de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o colapso da União Soviética – e que tem procurado distanciar-se da influência de Moscovo, aproximando-se da Europa e do Ocidente.
O conflito na Ucrânia já resultou em dezenas de milhares de mortes de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em larga escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, enquanto as forças de Kiev têm realizado ofensivas com drones visando alvos militares em território russo e na península da Crimeia, que foi anexada ilegalmente por Moscovo em 2014.
No âmbito diplomático, a Rússia até o momento rejeitou qualquer proposta de cessar-fogo prolongado e exige que a Ucrânia ceda pelo menos quatro regiões – Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia – além da península da Crimeia, anexada em 2014, e que renuncie para sempre à adesão à NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte, bloco de defesa ocidental).
Estas exigências são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, junto com seus aliados europeus, demanda um cessar-fogo incondicional de 30 dias como condição para iniciar negociações de paz com Moscovo.
A Rússia, por sua vez, acredita que aceitar tal proposta permitiria que as forças ucranianas, enfrentando dificuldades na linha de frente, se reabastecessem com os suprimentos militares ocidentais.
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