Jorge Sobrado, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), rejeitou nesta sexta-feira quaisquer acusações de crimes económicos durante seu tempo como vereador na Câmara Municipal de Viseu, desmentindo as alegações do Ministério Público (MP).

“Tenho plena convicção da minha inocência e estarei à disposição para colaborar com a justiça, a fim de que a situação seja resolvida o mais brevemente possível. Todos os atos que realizei como vereador da cidade de Viseu foram pautados pelo interesse público e estavam devidamente suportados pelos serviços da câmara municipal”, declarou Jorge Sobrado em uma manifestação enviada à agência Lusa.

Segundo o Jornal de Notícias (JN), nesta sexta-feira, o MP acusou o ex-vereador e atual vice-presidente da CCDR-N de envolvimento em atividades económicas irregulares e de prevaricação, supostas infrações que teriam ocorrido em 2018, quando Jorge Sobrado ocupava o cargo de vereador no município de Viseu.

O ex-vereador é acusado de manipular um processo de contratação pública a fim de beneficiar uma empresa, a qual recebeu aproximadamente 160 mil euros em encomendas de vestuário destinadas ao 55.º Festival Europeu de Folclore, conhecido como Viseu Folk.

Na resposta enviada à Lusa, Jorge Sobrado mencionou que “o caso que originou este processo, com base em uma denúncia anônima, já foi investigado pela Inspeção-Geral de Finanças em 2021, que decidiu arquivá-lo.”

“Há mais de duas décadas atuo em funções públicas, com desempenho e transparência reconhecidos e uma trajetória sem mácula. Exercerei meu direito de defesa, convencido, como já mencionei, da minha inocência”, reafirma o atual vice-presidente da CCDR-N.

A acusação do MP alega que, entre outubro de 2017 e 2021, Jorge Sobrado, que compõe a lista de candidatura à Câmara do Porto de Manuel Pizarro (PS), ocupou a função de vereador responsável pela cultura e patrimônio, tendo a seu cargo a presidência da organização do festival.

Em março de 2018, a câmara municipal firmou um contrato com a estilista Katty Xiomara para o desenvolvimento da coleção de vestuário e merchandising do Viseu Folk.

Além de Jorge Sobrado, o MP também denunciou três empresários do setor têxtil pelos mesmos crimes económicos.