
Cento e cinquenta participantes no encontro que comemorou a primeira década da encíclica do Papa Francisco divulgaram um documento com propostas para uma «ecologia integrada».
Lisboa, 27 de novembro de 2025 (Ecclesia) – Os 150 indivíduos que se reuniram na Casa Velha – Ecologia e Espiritualidade, para celebrar os 10 anos da encíclica Laudato Si’, reafirmaram seu compromisso com a ecologia integral e alertaram sobre o “urgente desafio” das mudanças climáticas.
“Uma década após a publicação deste importante documento do ensinamento social da Igreja e a assinatura do Acordo de Paris, as mudanças climáticas permanecem um desafio premente, num mundo afetado pela destruição dos ecossistemas, desigualdades sociais, conflitos crescentes e diversas formas de pobreza, onde o clamor da Terra se une ao clamor dos empobrecidos”, ressalta uma carta assinada pelos participantes e enviada à Agência ECCLESIA.
“Em Portugal, também enfrentamos desafios graves, como o envelhecimento da população, a pobreza, o abandono de áreas rurais, os incêndios florestais, o desordenamento do território, além da crise habitacional e da saúde, e a exclusão social”, complementa o documento.
No dia 25 de outubro, 150 participantes se reuniram na Casa Velha – Ecologia e Espiritualidade, em Ourém, para marcar os 10 anos da encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco, em um encontro organizado em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, a Comissão Nacional Justiça e Paz, a Rede Cuidar da Casa Comum, o Movimento Laudato Si’, a Companhia de Jesus, as Escravas do Sagrado Coração de Jesus, e a Agência Ecclesia.
“Diante da realidade atual, é fundamental reafirmar a importância de uma proposta de ecologia integrada, testemunhando uma nova relação com a Criação, a partir da compreensão de que tudo é presente de Deus, tudo é vulnerável, e somos convocados a agir com responsabilidade, cuidado e generosidade em relação ao mundo que nos foi confiado”, aponta a carta resultante do encontro que contou com a presença de católicos e de outras pessoas dedicadas às questões ecológicas.
“Não podemos ser indiferentes, nem considerar que a ecologia integral é apenas uma questão ambiental, desconectada de nossa fé, correndo o risco de comprometer nossa vocação cristã ao não percebermos os sinais dos tempos e ao nos deixarmos bloquear por mal-entendidos ideológicos.”
A carta convoca a “Igreja em Portugal a transformar a ecologia integrada em um caminho espiritual, sinodal, comunitário e pastoral”, sugere a “compartilhação de práticas já existentes que favoreçam estilos de vida simples e sustentáveis”, promovendo “redes e parcerias para a conversão ecológica”.
Os participantes pedem a “criação de equipes ou delegados Laudato Si’ nas dioceses e paróquias”, encorajam “as paróquias, movimentos e organizações cristãs a adotarem a certificação Eco-Igrejas Portugal” e sugerem que a “Laudato Si’ seja integrada em todas as dimensões da pastoral, com especial atenção às crianças e aos jovens, através da EMRC, catequese, pastoral juvenil e universitária, promovendo uma conscientização ecológica que emanam da fé”.
“Acreditamos no impacto que pequenos gestos cotidianos podem ter e na relevância da busca contínua por hábitos e práticas que promovam, em níveis pessoal, organizacional e comunitário, uma melhor utilização de recursos e energia, fundamentados na sobriedade e solidariedade.”
O documento destaca os “frutos que têm surgido e se desenvolvido em Portugal e no mundo” desde a publicação da encíclica, incluindo “comunidades mais conscientes, escolas e paróquias que cuidam da Criação, bem como movimentos que unem fé e justiça ecológica”, e apelam ao investimento na “formação espiritual, pastoral e teológica acerca da Laudato Si’, voltada a todos que possuem funções de liderança nas comunidades de fé”.
Os 150 participantes do evento, “amigos e amigas da Casa Comum”, pedem o fortalecimento de “comunidades que se comprometam com justiça, proteção do meio ambiente e paz” e a ação dos fiéis “no espaço público em prol do bem comum”, engajando-se de forma “mais ativa no desenvolvimento e acompanhamento de políticas públicas sustentáveis”.
A carta foi encaminhada a diversas estruturas da Igreja Católica em Portugal, incluindo a Conferência Episcopal Portuguesa, várias dioceses, a Confederação dos Institutos Religiosos de Portugal, e seus promotores solicitam sua ampla divulgação.
PR
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