
Irmãs Paulinas celebram 75 anos de sua presença em Portugal
Lisboa, 10 de outubro de 2025 (Ecclesia) – A Irmã Maria Antonieta Bruscato, membro da Congregação Paulina, que atuou como superiora geral entre 2001 e 2013, afirmou que a inteligência artificial oferece “diversas oportunidades”, mas também trouxe alertas sobre a “apatia mental”, reiterando a importância central da “pessoa”.
“A comunicação digital abriu muitas portas, pois podemos acessar a Internet e ter respostas instantâneas, porém isso também resulta em superficialidade e pode fomentar a apatia mental. Isso prejudica nossa capacidade intelectual”, explica a religiosa da Congregação das Filhas de São Paulo, originária do Brasil e residente em Portugal há um ano.
“O que nos preocupa e onde queremos atuar é na defesa e promoção do ser humano. A inteligência artificial pode tratar a pessoa como se fosse um mero objeto. Precisamos empenhar esforços para proteger a dignidade humana, promovê-la e desenvolver o senso crítico nas pessoas frente ao volume de informações diárias, muitas das quais são enganosas. Ajudar a formar um senso crítico é também uma forma de defender a pessoa e sua dignidade”, complementou.
A congregação celebra 75 anos de atividade em solo português, e as irmãs planejam uma série de eventos nas cidades onde atuam.
As comemorações terão início no domingo, com uma missa festiva presidida pelo Bispo do Porto, D. Manuel Linda, na Paróquia de São Martinho de Cedofeita, local que acolheu a primeira livraria da congregação em Portugal. Este jubileu, que se estende até 4 de outubro de 2026, será lembrado em Lisboa, Faro, Setúbal e na Ilha da Madeira.
A religiosa considera esta celebração um momento para “recordar”, mas também para reafirmar um “compromisso”.
“Um compromisso para reavivar o que as irmãs do passado vivenciaram e continuam a vivenciar. Como dizia o Papa Leão XIV às irmãs em seu encerramento de capítulo, devemos ter um olhar voltado para o alto, compreender a realidade atual e vivê-la de maneira profunda com nossos companheiros de jornada, que são nossos colaboradores”, esclareceu.
A irmã Maria Antonieta menciona que a Congregação das Filhas de São Paulo enfrenta desafios com relação às vocações e aposta na formação leiga como forma de perpetuar a missão de evangelizar através da comunicação, um carisma fundado em 1915.
“Hoje em dia, o número de vocações diminuiu consideravelmente: na Europa, na América e também na Ásia. No entanto, boas notícias vêm do continente africano, onde nossa presença cresce e as vocações são promissoras. A colaboração dos leigos é essencial e insubstituível neste momento. Os leigos participam do carisma, e precisamos cuidar de sua formação – tanto psicológica quanto intelectual e acadêmica”, destacou.
O 12º Capítulo Geral da Congregação das Filhas de São Paulo, que aconteceu até o dia 7 de outubro, elegeu a nova superiora geral, a irmã Maria Lúcia Kim, originária da Coreia do Sul e que atuou como missionária na Polônia.
“Sua eleição representa uma oportunidade: enriquecer-nos com sua cultura distinta e com sua habilidade de comunicação”, afirmou a irmã Maria Antonieta.
A ex-conselheira geral valoriza o conhecimento que o Papa Leão XIV tem sobre a congregação, o trabalho das religiosas e a “relevância da missão na Igreja”, além das iniciativas editoriais que buscam alcançar um público amplo sem perder o caráter do carisma.
“Ninguém pode roubar nossa capacidade intelectual. Nossa habilidade de pensar e decidir é inalienável. Devemos compreender a inteligência artificial e utilizá-la sabiamente na propagação do Evangelho. Ela pode se tornar um valioso recurso”, enfatizou.
A conversa com a irmã Maria Antonieta será transmitida neste sábado no programa ECCLESIA, que irá ao ar na Antena 1 às 6h.
LS
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