cropped-radiocMadeira-logo-removebg-preview
HomeReligiãoA cenografia enquanto a «figura etérea» que auxilia na interpretação do divino – Luís Santos

A cenografia enquanto a «figura etérea» que auxilia na interpretação do divino – Luís Santos

O cenário criado pelo artista e educador Luís Santos é o responsável por diversas produções musicais como ‘Wojtyla’, ‘Fénix’, ‘Jesus
A cenografia enquanto a «figura etérea» que auxilia na interpretação do divino – Luís Santos

O cenário criado pelo artista e educador Luís Santos é o responsável por diversas produções musicais como ‘Wojtyla’, ‘Fénix’, ‘Jesus Christ Superstar’ e ‘Thérèse Martin’, além de obras como ‘O Estado do Bosque’ na Cornucópia e a estrutura no Parque Eduardo VII durante a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023.

Lisboa, 12 nov 2025 (Ecclesia) – O artista Luís Santos revelou que, desde jovem, identificou seu chamado para as artes e para o espetáculo como “um presente divino” a ser utilizado em benefício dos outros.

“Aos 13 ou 14 anos percebi o talento que Deus me concedeu através da arte e a necessidade de utilizá-lo. Para mim, Deus se expressa através do meu trabalho. O palco da JMJ Lisboa 2023 foi um símbolo que atravessou barreiras. As diferentes maneiras de eu visualizar o palco são, na verdade, uma interpretação muito pessoal da minha conexão com Deus. É fascinante como a vida se desenrola e as formas como Ele se revela”, compartilha com a Agência ECCLESIA.

Luís Santos foi o responsável pelo cenário de shows como ‘Wojtyla’, ‘Fénix’, ‘Jesus Christ Superstar’ e, recentemente, ‘Thérèse Martin’, colaborando com a diretora Matilde Trocado, além de ter construído o ambiente que recebeu a Via-Sacra no Parque Eduardo VII durante a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 – “Um presente da Matilde”.

“Não queríamos que a estrutura fosse percebida como um bloco sólido; nossa intenção era trazer leveza à obra. Propus a cor azul, simbolizando uma elevação e conexão com o céu, e utilizei transparências para que a luz natural e artificial pudessem transformar a cena ao longo do dia, permitindo que a luz penetrasse e revelasse a estrutura”, recorda.

Ele enfatiza que “falar sobre luz, leveza, transparência e respeito pela iluminação natural” são maneiras de “expressar sua visão sobre Deus”.

A trajetória profissional de Luís Santos inclui 19 anos no teatro do Bairro Alto com a Cornucópia, onde aprendeu a “descobrir camadas” dos textos na dramaturgia, inspirando-se em “mestres como Cristina Reis e Luís Miguel Cintra”, desenvolvendo com o diretor uma busca espiritual.

“As questões de fé nos uniram e fortaleceram essa conexão. Durante os intervalos para café, sempre havia um espaço para trocas, leituras e reflexões, e essas inquietações que o Luís trazia para seu trabalho, para os espetáculos e suas propostas. Em determinado momento, isso se tornou bastante evidente na programação da companhia”, ressalta.

“Lembro de um instante muito significativo quando o Luís Miguel foi convidado para a leitura da Paixão na igreja do Campo Grande. Quem faria essa leitura era o ator João Ricardo, o Luís Miguel Cintra e o padre Hugo, pároco da área. O Luís desejou fazer um ensaio na Cornucópia e, de repente, me convidou para participar e ler as passagens de Cristo. Foi um momento absolutamente único e especial”, recorda.

O cenógrafo destaca a “revelação de Deus” no contexto artístico: “Estar junto de pessoas, o prazer em conhecer melhor o outro, as trocas que ocorrem, as camadas que vão se revelando, mostram a presença de Deus, mesmo que muitos não percebam. É curioso, porque a Cristina Reis acredita que não, mas para mim, isso é um sinal constante da presença divina”.

Luís Santos explica ainda que a cenografia é um “protagonista invisível” em uma apresentação, porque só “existirá” enquanto “o texto lhe conceder razão de ser”, e que apesar de sua natureza passageira, interage com a memória de cada espectador.

“Um cenário vazio tem pouco valor. Perde seu propósito. Ele é projetado pensando nos atores. Cada espaço é concebido com foco nos intérpretes, nas cenas, nos movimentos. Ele só faz sentido se tiver vida. E essa é precisamente a característica do teatro e da própria cenografia – ser efêmera. Ao final, tudo é desmontado, e o que permanece – não é palpável, mas acredito que algo sobrevive, dentro de nós. Fica uma sensação, uma imagem, uma palavra, uma memória que persiste”, descreve.

A cenografia se desenvolve à medida que o texto é explorado, alinhavando sensibilidade, memória e diálogo entre os atores e diretores: “Por isso, representamos um jardim de diversas maneiras, buscando atender às sensibilidades e memórias dos participantes, além das respostas que surgem no diálogo da equipe”.

As experiências e aprendizados do professor Luís Santos serão abordados no programa ECCLESIA, que será transmitido após a meia-noite na Antena 1 e estará disponível no podcast «Alarga a tua tenda».

LS

Logo (3)

Todas as manchetes e destaques do dia do radiocMadeira.pt, entregues diretamente para você. Change the color of the background to the green indicated previously and make it occupy all the screen widely.

© 2025 radiocmadeira. Todos os direitos reservados

radiocMadeira.pt
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.